Boi gordo vira o mês sem sair do prumo: na alta

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FICHA DE CONSUMO DE SUPLEMENTO MINERAL GRÁTIS

Donos das boiadas preferem esperar por preços que remunerem um pouco mais, já que também há uma escalada nos custos da nutrição animal e da reposição

Na última semana de outubro, os preços da arroba no mercado físico do boi gordo registraram novas altas, rompendo recordes anteriores, segundo informa as consultorias de mercado. “O impulso segue vindo da baixa oferta de animais e da demanda aquecida”, resume a IHS Markit, acrescentando que, nos últimos dias, as escalas de abate das indústrias foram encurtadas em muitas regiões do País, com relatos de plantas frigorificas que optaram por dar férias coletivas devido ao elevado grau de dificuldade na compra de boiada gorda.

Mesmo os frigoríficos que se mantiveram atuantes no mercado, continua a IHS, houve relatos de unidades industriais intercalando os abates diários ou realocando a programação a fim de escapar da forte especulação altista que vigora no mercado.

Em algumas regiões do Brasil, pecuaristas optaram por retirar o gado do pasto para realizar a terminação no cocho em função de atrasos e irregularidade das chuvas. Além disso, mesmo com os fortes avanços da arroba do boi gordo, os donos das boiadas preferem atuar na defensiva, à espera de preços que remunerem ainda mais, já que há também uma escalada nos preços da nutrição animal (milho e farelo de soja) e também no mercado de animais mais jovens, de reposição.

A maior parte das indústrias frigoríficas está se valendo de animais terminados em confinamentos próprios ou do recebimento de gado à termo fixado anteriormente, informa a IHS Markit. Desta forma, as efetivações no mercado envolveram pequenos lotes, o que impossibilita um preenchimento mais consistente das escalas de abate. Paralelamente, a acentuada queda na produção nacional de carne bovina, associado ao forte fluxo das vendas ao exterior, mantém os estoques domésticos muito ajustado, o que colaborou para as altas nos preços dos principais cortes bovinos nas últimas semanas.

“Embora não haja risco de desabastecimento da proteína bovina, o descompasso entre oferta e demanda em 2020 vem fazendo com que os valores da carne no atacado continuem em franca elevação”, ressalta a IHS.

Quanto aos embarques brasileiros de carne bovina in natura, até a quarta semana de outubro, a média diária embarcada foi de 8,16 mil toneladas, 5,3% superior à média de outubro de 2019. Se esse ritmo for mantido até o encerramento deste mês, o Brasil deve embarcar mais de 170 mil toneladas, um novo recorde para o mês, segundo prevê a IHS. A China continua como o principal destino da carne nacional, mas novos países, como o Egito, vêm habilitando novas plantas no Brasil. Outros importantes parceiros comerciais, como Israel e Rússia, também ajudam a elevar de maneira expressiva o volume de embarques.

Sextou em  alta

Com o feriado nacional na próxima segunda-feira, o tempo hábil para adquirir boiada gorda para compor as programações de abate se encurtou e, dessa maneira, muitas plantas frigoríficas tiveram que se posicionar nas compras de forma mais ativa nesta sexta-feira, informa a IHS.

Pelo lado da demanda, dois fatores agem conjuntamente para fortalecer o viés de alta do mercado físico do boi gordo, segundo avaliação dos analistas da IHS. Internamente, o início do mês de novembro cria possibilidade consistente em termos de recuperação das vendas de carne bovina no varejo, devido à maior entrada da massa salarial (1° parcela do 13° salário). Desta forma, além de projetar otimismo com as vendas nas próximas semanas, as indústrias frigoríficas também têm a necessidade de recompor seus ajustados estoques, observa a consultoria.

Giro pelas praças

Entre as praças pecuárias do Centro-Sul, destaque para o mercado paulista e mineiro, onde o volume de vendas registrou melhora na liquidez nesta sexta-feira, marcando novos avanço da arroba, informa a IHS.

Altas também foram observadas no Paraná, devido aos compromissos com o mercado externo, e no Rio Grande do Sul, com a presença de compradores de gado de outras regiões do País.

No Centro-Oeste, os preços ficaram firmes sobretudo no Mato Grosso do Sul.

Entre as praças das regiões Norte e Nordeste, o mercado se mostrou mais calmo, porém o ambiente é de preços firmes com altas nos estados do Pará e Rondônia.

Atacado com vendas ativas

No atacado, depois das fortes altas no dia anterior, os preços dos principais cortes bovinos se mantiveram estáveis nesta sexta-feira. Porém, as vendas se mostram muito ativas, uma vez que a oferta de mercadoria nas câmaras frigoríficas é totalmente absorvida devido à necessidade de reposição entre os distribuidores, informa a IHS Markit. Com a entrada de novembro, a possibilidade de novas altas não é descartada, visto que a oferta continua em descompasso com a demanda vigente, prevê a consultoria.

Fonte: Portal DBO

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