Frigoríficos cadenciam o ritmo das compras de gado, enquanto os pecuaristas seguram seus lotes no campo com o objetivo de barganhar preços mais altos pela arroba, relatam as consultorias
Os preços do boi gordo iniciaram fevereiro com estabilidade, reflexo da posição de cautela entre as duas pontas do mercado (pecuaristas e frigoríficos).
“As indústrias continuam cadenciando o ritmo de suas compras de gado, enquanto os pecuaristas retêm lotes no campo com objetivo de barganhar valores mais altos pela arroba”, relata a IHS Markit.
Na avaliação dos analistas da Agrifatto, neste início de mês, o “pecuarista é o dono da bola”.
“A oferta restrita de animais terminados dita o ritmo do jogo e, com isso, vemos frigoríficos de São Paulo aceitando pagar até R$ 345/@ para animais destinados à China (abatido mais jovens, com idade abaixo de 30 meses)”, relatam os consultores da Agrifatto.
Na B3, o contrato do boi gordo com vencimento para fevereiro/22 encerrou o pregão de segunda-feira (31 de janeiro) em R$ 336/@, apresentando queda de 1,44 % no comparativo diário.
Segundo dados apurados pela Scot Consultoria, no mercado paulista, os preços pagos pelos animais terminados ficaram estáveis nesta terça-feira, em relação ao dia anterior.
Dessa maneira, a referência para o boi gordo está em R$ 337/@, enquanto a vaca e a novilha são negociadas em R$ 303/@ e R$ 325/@, respectivamente (preços brutos e a prazo).
Para o “boi-China” ocorrem negócios no mercado paulista com ágio de até R$ 10/@ sobre o valor da boiada comum, acrescenta a Scot.
No último fim de semana, as vendas de carne bovina no mercado atacadista foram fracas, refletindo o menor poder aquisitivo da população e também a queda nos preços das carnes concorrentes (frango e suíno), segundo a IHS Markit.
Porém, dizem os analistas, essa situação pode ser revertida a partir de meados desta semana, quando está previsto a entrada da massa salarial, o que poderá estimular a procura pela proteína vermelha.
No entanto, relata a IHS Markit, as indústrias frigoríficas brasileiras possuem bons volumes em estoques e trabalham com escalas de abate confortáveis, suficientes para até o começo da próxima semana.
Desta forma, observam os analistas, os compradores estão limitando os volumes de novas aquisições, esperando uma resposta mais consistente das vendas da carne bovina no mercado doméstico.
Giro pelas praças – No Norte do País, indústrias seguem avançando as suas escalas de abate e, com isso, os preços da arroba do boi gordo registram leves variações negativas em algumas praças, refletindo sobretudo o menor apetite comprador, informa a IHS Markit.
“Há relatos de pecuaristas reduzindo o número de animais nos lotes de vendas, aguardando melhores condições de preços para efetivar novos negócios”, relata a IHS.
No faixa Centro-Sul do País, observa-se que os preços do boi gordo devem ter dinâmicas com embates mais fortes na região, afirmam os analistas da IHS.
A baixa oferta de animais terminados esperada para os próximos dois meses (fevereiro e março) deve trazer pressões positivas aos preços da arroba em São Paulo e localidades do Centro-Oeste, sobretudo aos prêmios pagos para animais com padrão-China.
A posição mais agressiva dos importadores da China, após as festividades de feriado do ano novo chinês, também deve contribuir para a firmeza nas cotações do boi gordo.
Além disso, observa a IHS, as importações de outros países compradores, como os EUA, devem continuar aquecidas e ainda impulsionadas pela paridade do dólar, que, embora tenha recuado nas últimas semanas de janeiro, ainda continua favorável quando comparado aos demais fornecedores globais de carne bovina.
Zona livre de vacina – O Estado de São Paulo se prepara para ser rotulado como “zona livre de febre aftosa sem vacinação”, informa a IHS.
O decreto estadual está programado para ser publicado no dia 23 de fevereiro.
Segundo a IHS, este fator traz grandes preocupações para os pecuaristas paulistas, ao passo que o Estado não é um grande produtor de bezerros, e grande parte dos animais para recria e engorda são advindo do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais, regiões que ainda não possuem a certificação das organizações de controle de epizootias.
A grande dúvida do mercado, relatam os analistas da IHS, é saber como o novo selo (de “zona livre de febre aftosa sem vacinação”) deverá impactar a produção pecuária de São Paulo, uma vez que o Estado é o principal exportador de carne bovina, juntamente com o Mato Grosso.
Cotações máximas desta terça-feira, 1 de fevereiro, segundo dados da IHS Markit:
SP-Noroeste:
boi a R$ 340/@ (prazo)
vaca a R$ 305/@ (prazo)
MS-Dourados:
boi a R$ 315/@ (à vista)
vaca a R$ 300/@ (à vista)
MS-C.Grande:
boi a R$ 315/@ (prazo)
vaca a R$ 300/@ (prazo)
MS-Três Lagoas:
boi a R$ 317/@ (prazo)
vaca a R$ 305/@ (prazo)
MT-Cáceres:
boi a R$ 315/@ (prazo)
vaca a R$ 300/@ (prazo)
MT-Tangará:
boi a R$ 315/@ (prazo)
vaca a R$ 300/@ (prazo)
MT-B. Garças:
boi a R$ 320/@ (prazo)
vaca a R$ 302/@ (prazo)
MT-Cuiabá:
boi a R$ 318/@ (à vista)
vaca a R$ 305/@ (à vista)
MT-Colíder:
boi a R$ 310/@ (à vista)
vaca a R$ 296/@ (à vista)
GO-Goiânia:
boi a R$ 320/@ (prazo)
vaca R$ 307/@ (prazo)
GO-Sul:
boi a R$ 320/@ (prazo)
vaca a R$ 305/@ (prazo)
PR-Maringá:
boi a R$ 310/@ (à vista)
vaca a R$ 290/@ (à vista)
MG-Triângulo:
boi a R$ 330/@ (prazo)
vaca a R$ 305/@ (prazo)
MG-B.H.:
boi a R$ 320/@ (prazo)
vaca a R$ 305/@ (prazo)
BA-F. Santana:
boi a R$ 310/@ (à vista)
vaca a R$ 300/@ (à vista)
RS-Porto Alegre:
boi a R$ 330/@ (à vista)
vaca a R$ 315/@ (à vista)
RS-Fronteira:
boi a R$ 330/@ (à vista)
vaca a R$ 315/@ (à vista)
PA-Marabá:
boi a R$ 288/@ (prazo)
vaca a R$ 283/@ (prazo)
PA-Redenção:
boi a R$ 288/@ (prazo)
vaca a R$ 283/@ (prazo)
PA-Paragominas:
boi a R$ 294/@ (prazo)
vaca a R$ 284/@ (prazo)
TO-Araguaína:
boi a R$ 293/@ (prazo)
vaca a R$ 281/@ (prazo)
TO-Gurupi:
boi a R$ 291/@ (à vista)
vaca a R$ 279/@ (à vista)
RO-Cacoal:
boi a R$ 292/@ (à vista)
vaca a R$ 282/@ (à vista)
RJ-Campos:
boi a R$ 307/@ (prazo)
vaca a R$ 293/@ (prazo)
MA-Açailândia:
boi a R$ 286/@ (à vista)
vaca a R$ 269/@ (à vista
Fonte: Portal DBO