Cenário de volume restrito de animais prontos e escalas de abate equilibradas na indústria
O mercado de boi gordo parece ter encontrado um ponto de equilíbrio, em um cenário de volume restrito de animais prontos e escalas de abate equilibradas na indústria frigorífica, em torno de nove dias. A avaliação é da Scot Consultoria.
A perspectiva para novembro ainda é de oferta enxuta, com preços sustentados pela expectativa de maior demanda por carne bovina no fim do ano. O pagamento do 13º salário, a partir do fim deste mês, e a geração de empregos temporários, tradicional nesta época do ano, são fatores que tendem a estimular o consumo de carne bovina.
“A sensação para os próximos dias é de que a oferta deve seguir enxuta, com viés de perspectiva positiva no aspecto demanda. Nossa percepção é de que o cenário deve ser de estabilidade para alta no varejo de carne bovina”, diz, em vídeo divulgado pela consultoria, o analista Felipe Fabri.
Em setembro, a cotação do boi gordo subiu 18%. Em outubro, a tendência de alta se manteve, mas em um ritmo bem menor. A valorização da arroba foi de apenas 2,2%, tomando por base o Estado de São Paulo.
“As escalas de abate estão bem posicionadas, em torno de nove dias, e as indústrias frigoríficas têm tentado baixar preços de compra de boi. Mas como a oferta está reduzida, a pressão de baixa não tem força para continuar”, diz a analista da Scot Nicole Santos.
Levantamento da consultoria aponta para estabilidade na maior parte das praças pesquisadas. Em São Paulo, a arroba do boi comum, para mercado interno, valia, em média, R$ 235,50 em Barretos e Araçatuba na sexta-feira (3/11). Em Mato Grosso do Sul, o valor médio era de R$ 230 em Campo Grande, Dourados e Três Lagoas.
Entre as quedas, Marabá (PA) tinha arroba negociada a R$ 212; Oeste do Maranhão, a R$ 213; e Sudoeste de Mato Grosso, a R$ 203.
Já o boi China, para exportação, era negociado a R$ 240 por arroba em São Paulo; a R$ 220 em Mato Grosso; e a R$ 230 em Goiás, Mato Grosso do Sul e na região de Paragominas (PA).
Reposição
No mercado de reposição, o cenário ainda é de poucos negócios, avalia a Scot Consultoria. Mesmo com a valorização do animal menos expressiva que a do boi, o que indicaria uma relação de troca favorável. Segundo Nicole Santos, os negócios em outubro ficaram praticamente estagnados.
“A ponta compradora não está buscando bovinos de reposição e a ponta vendedora está tentando subir os preços, acompanhando as variações positivas do boi gordo, mas esse preço não está pegando”, avalia.
Felipe Fabri acrescenta que, a depender da categoria de reposição, as altas entre setembro e outubro foram entre 5% e 6%, o que mantém um quadro “relativamente interessante” para recriadores.
“Principalmente pensando no ano de 2024, que deve ser um ano em que a oferta de bezerrada deve chegar no mercado mais compassada. Fica um ponto de atenção. A relação de troca ainda tem mantido um quadro interessante para quem ainda não se preparou para a aquisição de boiadas, ainda é um quadro favorável”, diz ele.
Fonte: Globo Rural