Recebimento de salários no começo de dezembro, além da parcela do décimo terceiro, poderá estimular crescimento no consumo interno de carne bovina
Nesta sexta-feira, 26 de novembro, o mercado brasileiro do boi gordo encerrou a semana com altas pontuais, efeito da redução dos negócios diante da ausência de ambas as pontas da cadeia pecuária, informa a IHS Markit.
“As indústrias frigoríficas optaram por se ausentar das compras de gado, visando aguardar uma resposta mais consistente das vendas de carne bovina no atacado a partir do início do próximo mês, período marcado pela entrada dos salários, além do pagamento do 13º”, relata a IHS.
Porém, no decorrer desta semana, a arroba voltou a registrar altas consistentes, reflexo da dificuldade das unidades frigoríficas em preencher adequadamente as suas escalas de abate.
Segundo dados apurados pela Scot Consultoria, nas praças paulistas, ao longo desta semana, a cotação da arroba do boi gordo subiu R$ 4/@, para R$ 316/@, enquanto os preços da vaca e da novilha prontas para abate tiveram acréscimos de R$ 10/@ e R$ 7/@, respectivamente, alcançando R$ 295/@ e R$ 305/@ (valores brutos e a prazo).
Durante a semana, os preços dos principais cortes bovinos ficaram estáveis após as altas acumuladas na semana anterior, informa a IHS.
“Como os abates de boiada gorda continuam limitados, a produção de carne também segue apertada”, informa a consultoria.
Segundo a IHS, a intensidade dos aumentos recentes nos preços da arroba bovina superou os ajustes feitos nos preços da carne bovina no atacado.
Por isso, as indústrias seguem de olho no fluxo do escoamento da carne na próxima semana no caso de avanço nas vendas, novos reajustes nos preços dos cortes bovinos podem ocorrer.
Do lado de dentro das porteiras, alguns pecuaristas continuam tentando barganhar preços mais altos pelos lotes remanescentes de confinamento, uma maneira de amenizar os fortes prejuízos ocasionados pelas fortes quedas nos preços da arroba durante os meses de setembro e outubro.
As exportações brasileiras da proteína também podem oferecer suporte adicional aos preços físicos da arroba, sobretudo com a esperada gradual normalização da entrada do produto brasileiro no mercado chinês.
Nesta semana, as autoridades da China anunciaram o fim do embargo para os lotes de carne bovina brasileira que tenham recebido certificado sanitário antes de 4 de setembro (data da suspensão dos embarques ao mercado chinês), o que permitiu que os carregamentos retidos nos portos do país asiático finalmente sejam liberados na alfândega.
As expectativas do mercado sugerem que, gradualmente, ambos os países irão entrar em um acordo para o fim total do embargo ao produto brasileiro.
Ainda em relação ao mercado externo, a Secex reportou que a média diária embarcada de carne bovina in natura durante as três primeiras semanas de novembro ficou em 4,90 mil toneladas por dia, volume 41,6% inferior à média de novembro de 2020, mas um avanço de 19,1% frente à média de outubro de 2021.
“A presença de outros mercados consumidores continua auxiliando na retomada dos embarques brasileiros, mas ainda o desempenho das exportações ainda está longe das máximas vistas nos meses anteriores ao embargo chinês”, compara a IHS.
Giro pelas praças – Entre as principais praças pecuárias do Brasil, novas altas na arroba foram observadas nos Estados de Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás e Rondônia, onde os frigoríficos enfrentam forte escassez de oferta de boiadas gordas.
“Os bons volumes de chuvas registrados desde setembro favoreceram os pastos, o que faz com que alguns pecuaristas consigam manter os animais no campo, restringindo ainda mais a oferta local”, relata a IHS.
Nas demais praças, apesar da estabilidade das máximas, os preços da arroba seguem firmes, acrescenta a consultoria.
Na bolsa B3, os contratos futuros do boi gordo tiveram uma sessão de tímidos ajustes positivos na quinta-feira.
No atacado, o mercado de carne bovina encerrou a semana com preços firmes. No curto prazo, como já mencionado neste texto, o setor passa a aguardar o comportamento das vendas dos cortes a partir da virada de mês, época de recebimento dos salários.
“A estratégia é verificar até que ponto o consumo doméstico tem fôlego para absorver as altas da carne, já que o câmbio ainda tem colaborado para as vendas externas”, avaliam os analistas da IHS.
Cotações máximas desta sexta-feira, 26 de novembro, segundo dados da IHS Markit:
SP-Noroeste:
boi a R$ 320/@ (prazo)
vaca a R$ 305/@ (prazo)
MS-Dourados:
boi a R$ 312/@ (à vista)
vaca a R$ 291/@ (à vista)
MS-C.Grande:
boi a R$ 308/@ (prazo)
vaca a R$ 291/@ (prazo)
MS-Três Lagoas:
boi a R$ 307/@ (prazo)
vaca a R$ 288/@ (prazo)
MT-Cáceres:
boi a R$ 298/@ (prazo)
vaca a R$ 289/@ (prazo)
MT-Tangará:
boi a R$ 299/@ (prazo)
vaca a R$ 290/@ (prazo)
MT-B. Garças:
boi a R$ 300/@ (prazo)
vaca a R$ 288/@ (prazo)
MT-Cuiabá:
boi a R$ 303/@ (à vista)
vaca a R$ 287/@ (à vista)
MT-Colíder:
boi a R$ 296/@ (à vista)
vaca a R$ 286/@ (à vista)
GO-Goiânia:
boi a R$ 315/@ (prazo)
vaca R$ 296/@ (prazo)
GO-Sul:
boi a R$ 320/@ (prazo)
vaca a R$ 298/@ (prazo)
PR-Maringá:
boi a R$ 310/@ (à vista)
vaca a R$ 296/@ (à vista)
MG-Triângulo:
boi a R$ 320/@ (prazo)
vaca a R$ 300/@ (prazo)
MG-B.H.:
boi a R$ 315/@ (prazo)
vaca a R$ 302/@ (prazo)
BA-F. Santana:
boi a R$ 303/@ (à vista)
vaca a R$ 294/@ (à vista)
RS-Porto Alegre:
boi a R$ 315/@ (à vista)
vaca a R$ 297/@ (à vista)
RS-Fronteira:
boi a R$ 315/@ (à vista)
vaca a R$ 297/@ (à vista)
PA-Marabá:
boi a R$ 293/@ (prazo)
vaca a R$ 286/@ (prazo)
PA-Redenção:
boi a R$ 291/@ (prazo)
vaca a R$ 286/@ (prazo)
PA-Paragominas:
boi a R$ 289/@ (prazo)
vaca a R$ 285/@ (prazo)
TO-Araguaína:
boi a R$ 298/@ (prazo)
vaca a R$ 288/@ (prazo)
TO-Gurupi:
boi a R$ 2896/@ (à vista)
vaca a R$ 286/@ (à vista)
RO-Cacoal:
boi a R$ 296/@ (à vista)
vaca a R$ 286/@ (à vista)
RJ-Campos:
boi a R$ 300/@ (prazo)
vaca a R$ 286/@ (prazo)
MA-Açailândia:
boi a R$ 286/@ (à vista)
vaca a R$ 266/@ (à vista)
Fonte: Portal DBO