Uma das principais companhias frigoríficas processadoras de carne bovina do mundo, vai adotar a tecnologia blockchain para conectar-se com todos os seus fornecedores.
A Marfrig, uma das principais companhias frigoríficas processadoras de carne bovina do mundo, vai adotar a tecnologia blockchain para conectar-se com todos os seus fornecedores diretos e indiretos de animais, que são os pecuaristas que não se relacionam com a empresa, entre eles os criadores e invernistas. O objetivo é trazer mais segurança e transparência à cadeia pecuária, do nascimento ao abate dos bovinos.
A adoção faz parte do sistema Conecta, do plano Marfrig Verde+, lançado em julho de 2020, com o objetivo de garantir que a totalidade da cadeia de produção da empresa seja sustentável e livre de desmatamento até 2030.
Na sequência, já pode incluir os dados de suas propriedades e dos rebanhos, como certificados de nascimentos, mortes e vacinação dos animais, além de convidar seus fornecedores e registrar compras, vendas e outras operações. Na plataforma também serão armazenadas as certificações socioambientais exigidas para permitir o fornecimento à Marfrig.
A empresa, que apresentou uma receita líquida de R$ 71,2 bilhões nos últimos 12 meses, tem uma capacidade diária de abate de 31.800 bovinos, entre as operações na América do Sul e Estados Unidos.
A segurança e a confiabilidade de informações se dá pela criptografia avançada do blockchain atendendo, por exemplo, às necessidades de auditoria. O cumprimento de confidencialidade da LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados) e outras legislações se dá com a identidade digital descentralizada, que é suportada pela tecnologia blockchain e utilizada no Conecta.
Segundo Reynaldo Formigoni, Gerente de Soluções Blockchain do CPQD, “Investimentos em soluções blockchain no agronegócio têm crescido significativamente nos últimos três anos e apresentam uma ampla diversidade de funcionalidades, tais com a rastreabilidade de diferentes tipos de ativos físicos e lógicos, a emissão de certificados em diferentes pontos da cadeia produtiva, a automatização de processos e pagamentos através do uso de contratos inteligentes e o compartilhamento seguro de informações. Tais funcionalidades são de extrema relevância para as diversas cadeias produtivas do agronegócio e proporcionam um ambiente de maior confiança entre os atores participantes do ecossistema”.
O objetivo é estabelecer uma ferramenta robusta que seja a principal aliada ao dia a dia dos nossos parceiros”, diz Paulo Pianez, diretor de sustentabilidade e comunicação da Marfrig. O projeto está em fase de implementação e em breve os parceiros serão convidados. De acordo com o executivo, a plataforma Conecta também está alinhada com o princípio de produção-conservação-inclusão. “Queremos incluir os produtores cujas propriedades tenham pendências por meio de consultoria e tecnificação, dando suporte para que regularizem sua atividade.”
Em um segundo momento, outros públicos devem ser inseridos na plataforma, como as redes de varejo e redes de restaurantes, além de financeiras e empresas do ramo de insumos, ampliando a funcionalidade da Conecta.
Para o coordenador do Conecta, Vasco Picchi, o objetivo é qualificar a cadeia produtiva em função de dois grandes parâmetros: o socioambiental e o sanitário. “O papel da plataforma é viabilizar o monitoramento e a verificação de compromissos firmados”, diz Picchi.
Ao aderir à Conecta, o produtor passa a ter acesso a informações públicas e privadas sobre a propriedade que o auxiliam na gestão do rebanho e no relacionamentos com fornecedores e clientes, estimulando o compartilhamento seguro e voluntário de informações que valorizem as produções livres de desmatamento, exploração de terras indígenas e trabalho escravo.
A plataforma Conecta se divide em duas ferramentas, o Conecta Mobile, aplicativo para celular, e o Conecta Web, site onde o produtor, a Marfrig e parceiros escolhidos pelo produtor consultam dados, certificados e podem solucionar eventuais pendências.
Fonte: Compre Rural