Mercado pautado pela menor oferta de boiadas para abate e aumento de carne no estoque; Frigorífico tenta se equilibrar entre produtor e atacado!
O mercado físico de boi gordo teve preços da arroba de estáveis a mais altos nesta quarta-feira, 17, a volta do carnaval e a semana mais curta trouxe impactos em todos os elos da cadeia. O ambiente de negócios segue pautado pela restrição de oferta, cenário que não deve mudar até a última semana de março, quando haverá oferta mais significativa de animais terminados a pasto.
Frigoríficos, principalmente os voltados ao mercado interno, seguem tentando equilibrar as contas. Enquanto os volumes de abates atingem mínimas históricas devido à falta de animais terminados e à dificuldade da indústria frigorífica em passar para frente (atacado/varejo) o aumento de custos gerado pela disparada da arroba do boi gordo, a carne bovina emperra nas gôndolas dos supermercados brasileiros, relata a Agrifatto.
Indicador do Cepea, praça paulista, fechou ontem cotado a R$ 302,25/@. No acumulado do ano, a cotação já subiu 13,42%. Na segunda semana de fevereiro, a alta acumulada foi de 0,4% e desacelerou novamente em relação às outras semanas do ano.
Em São Paulo, o valor médio para o animal terminado chegou a R$ 2300,17/@, na quarta-feira (17/02), conforme dados informados no aplicativo da Agrobrazil. Já a praça de Goiás teve média de R$ 283,41/@, seguido por Mato Grosso Sul com valor de R$ 282,76/@.
Ainda segundo o app, os frigoríficos com destino a exportação pagam um ágio em relação ao boi comum de até R$ 5,00/@. Sendo assim, os valores na praça paulista, referência para as demais regiões, estão variando de R$ R$ 290,00 a R$ 305,00/@.
Segundo a IHS Markit, diante baixa oferta de boiadas e o ritmo fraco da demanda pela carne vermelha, muitos frigoríficos evitam efetivar novas compras de matéria-prima a valores mais altos, o que resulta em lentidão no mercado pecuário.
Mercado Futuro
Na B3, o dia se encerrou com leve alta. Mesmo com pressão negativa do atacado, a arroba do boi gordo para o fim do mês de fevereiro/21 ficou cotada a R$ 299,80/@, obtendo um avanço de 0,60%. Os contratos com vencimento para abril/21 também sofreram reajuste positivo, ficando cotado a R$ 286,90/@, tendo um acréscimo de 1,07%.
Exportações
Segundo os dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), até a segunda semana de fevereiro, foram exportadas 44,98 mil toneladas de carne bovina fresca, refrigerada ou congelada. Esse resultado significa uma média diária de 4,50 mil toneladas por dia útil, um número 26,77% abaixo do observado em fevereiro de 2020.
Para piorar a situação dos frigoríficos, o enfraquecimento da demanda doméstica, além do ritmo menor dos embarques de carne bovina, abriu espaço para novas quedas nos preços finais da proteína bovina, reflexo do baixo poder aquisitivo da população, ainda fortemente abalada pela crise econômica gerada pela pandemia de Covid-19.
Giro do boi gordo pelo Brasil
Em São Paulo, Capital, a referência para a arroba do boi ficou a R$ 304 – R$ 305.
Em Goiânia (GO), a arroba teve preço de R$ 290, inalterado.
Em Dourados (MS), a arroba foi indicada em R$ 294, estável.
Em Cuiabá, a arroba ficou indicada em R$ 295.
Em Uberaba, Minas Gerais, preços a R$ 302 a arroba.
Atacado
No mercado atacadista, os preços da carne bovina caíram, reflexo do arrefecimento da demanda. “Os frigoríficos voltam a se deparar com margens apertadas, e podem alterar suas estratégias de aquisição de boiadas durante a semana”, disse Iglesias.
Com isso, o corte traseiro caiu para R$ 20,20 o quilo. O corte dianteiro teve preço de R$ 15,50 o quilo, assim como a ponta de agulha.
Fonte: Compre Rural