Com semana curta para compra de gado, indústria oferta bonificações e pecuarista vê arroba ultrapassar os R$ 320,00/@ de olho nas margens de lucro!
O mercado físico de boi gordo segue com preços firmes e viés de alta nesta terça-feira, 30, com grande destaque para região paulista e norte do país. Com os frigoríficos ainda encontrando grande dificuldade na composição de suas escalas de abate, por se tratar de uma semana mais curta, estamos vendo uma atuação ainda mais efetiva na “briga” pela matéria prima. Arroba ultrapassa R$ 320,00 com pecuarista firme no mercado!
O fator câmbio também vem tendo relevante peso na formação dos preços do boi, já que estamos observando o dólar acima da faixa de R$ 5,70 o que vem motivando os frigoríficos a atuar enfaticamente na compra de gado, principalmente para os animais que atendem os requisitos de exportação.
Segundo a Scot Consultoria, a vaca e novilha gordas para abate estão apregoadas em R$285,00/@ e R$303,00/@, nas mesmas condições, respectivamente. Contudo, bovinos mais jovens, até quatro dentes, estão sendo negociados em até R$320,00/@, preço bruto e à vista.
Em São Paulo, o valor médio para o animal terminado chegou a R$ 318,05@, na sexta-feira (30/03), conforme dados informados no aplicativo da Agrobrazil. Já a praça de Goiás teve média de R$ 295,28/@, seguido por Mato Grosso Sul com valor de R$ 295,22/@.
O preço de R$ 320/@ já se encontra como nova referência para as negociações, sobretudo para animais que atendem o padrão de exportação. Entretanto, já observamos o frigorífico preocupado com suas escalas de abate, que atendem até 2 dias úteis, pagando bonificação de até R$ 3,00/@ a depender do lote, proximidade da indústria e pagamento a prazo.
O indicador do boi gordo do Cepea registrou uma leve desvalorização no dia de ontem. A cotação variou -2,47% em relação ao dia anterior e passou de R$ 315,00 para R$ 313,10 por arroba.
Recorde na B3
Com respaldo do físico, preço do boi gordo na B3 atinge os R$ 324,40/@ para outubro/21, rompendo a máxima histórica. Na B3, a terça-feira foi de ganhos nos contratos futuros de boi gordo. O abril/21 encerrou a R$ 315,80/@, ganho diário de 0,64%. Já o maio/21, considerado um dos contratos chaves, avançou 0,80% ante a véspera e fechou cotado a R$ 307,85/@, sendo este o maior valor alcançado desde que começou a ser negociado.
Próxima semana de boas expectativas
A próxima semana pode trazer um ar mais positivo, pela a chegada dos salários e redução do ICMS, mas, até o momento, somente expectativas. Enquanto isso, a carcaça casada bovina segue balizada em R$ 19,10/kg.
Os movimentos de alta da arroba continuam balizados pela maior atuação de frigoríficos exportadores, diz a IHS Markit. “A demanda externa pela carne bovina brasileira segue forte, ao mesmo tempo em que baixa oferta de animais terminados em todo o País reforça a necessidade da indústria em pagar mais pela arroba bovina”, observa a consultoria.
Giro do Boi Gordo pelo Brasil
- Em São Paulo, Capital, a referência para a arroba do boi ficou a R$ 318, ante R$ 317 na segunda-feira.
- Em Goiânia (GO), a arroba teve preço de R$ 300, inalterado.
- Em Dourados (MS), a arroba foi indicada em R$ 305, estável.
- Em Cuiabá, a arroba ficou indicada em R$ 304, estável.
- Em Uberaba, Minas Gerais, os valores subiram para R$ 311, ante R$ 390 a arroba.
Atacado
No mercado atacadista, os preços da carne bovina ficaram de estáveis a mais altos. Conforme Iglesias, o movimento se concentra nos cortes menos nobres, no quarto dianteiro e na ponta de agulha.
“Essa dinâmica se acentua com a limitação de funcionamento de restaurantes, bares e outros estabelecimentos, gerando incerteza entre o empresariado que opta por não fazer significativo investimento em seus estoques. Somado a isso, a descapitalização da economia indica para um consumo cada vez maior de proteínas mais acessíveis, a exemplo da carne de frango e do ovo propriamente dito”, aponta Iglesias.
Com isso, o corte traseiro seguiu em R$ 20,50 o quilo. O corte dianteiro teve preço de R$ 17,50 o quilo, com alta de vinte centavos, e a ponta de agulha passou de R$ 17,00 o quilo para R$ 17,30 o quilo.
Fonte: Compre Rural