A oferta deve seguir escassa até o final do ano, mas a demanda ainda é uma grande interrogação. Para a demanda interna incerteza se volta para a redução do auxílio emergencial e a forte alta nos preços ao consumidor. Para a demanda externa a dúvida fica por conta da China que pagava ágio de 25% pela carne brasileira no início do ano e agora esse diferencial é de apenas 4% diminuindo o lucro dos frigoríficos
O preço da arroba em dólar registrou um ganho de US$ 7,00/@ nos últimos quinze dias, sendo que no início do mês de agosto a arroba brasileira estava cotada a US$ 40,00/@. Os preços do boi brasileiro ficaram mais caros do que da Argentina e Paraguai, mas o produto brasileiro segue competitivo no mercado externo.
De acordo com o Consultor de Agronegócio do Itaú BBA, Cesar de Castro Alves, ainda não se sabe como será o comportamento da demanda chinesa por proteína animal nos próximos meses. “Já a incerteza do setor é se a China vai continuar aceitando preços maiores, tendo em vista que os chineses pagavam um ágio de 25% pela carne brasileira no início do ano e agora esse diferencial é de apenas 4%”, afirma.
No final do ano passado, os preços da carne registraram um aumento significativo e os chineses começaram a renegociar os valores com as indústrias brasileiras. “O nosso preço para a China caiu muito mais do que a média geral, ou seja, o diferencial de preço da potência asiática para outros destinos caiu muito”, comenta.
Outro ponto que precisa ser acompanhando é o comportamento da demanda interna, já que valores do auxílio emergencial vão ser reduzidos. “Talvez não tenha todo o ímpeto que tivemos no começo da pandemia e vamos ter uma cesta básica bem elevada. O frango que estava defasado registrou uma alta de 15% nos últimos dias”, destaca.
Com relação aos preços da carne no atacado, o analista aponta que a carcaça bovina está muito cara e isso pode ser um limitador natural. “Que fique bem claro que não está tendo aumento de consumo da carne bovina, pelo o contrário o consumo está recuando em torno de 10% frente ao ano passado. Porém, nós observamos um aumento muito leve no consumo de frango e suínos”, aponta.
Fonte: Notícias Agrícolas