Agro tem o frete mais caro em fevereiro, mas preço não compensa reajuste do diesel

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FICHA DE CONSUMO DE SUPLEMENTO MINERAL GRÁTIS

Os preços do frete rodoviário para o agronegócio foram os mais caros do país em fevereiro. Em média, o valor por quilômetro rodado por eixo ficou em R$ 1,03, segundo índice criado pela plataforma Fretebras (IFPF), o que representou uma alta de 0,87% na comparação com o mesmo mês de 2021.

Em seguida vieram os fretes de produtos industrializados, que chegaram ao valor médio de R$ 1, com alta anual de 2,07%. Por fim, os fretes de insumos para construção ficaram em R$ 0,98 por quilômetro rodado por eixo, uma elevação de 0,54%.

Problemas climáticos

No ano, o aumento nos fretes do agronegócio chegou a 0,66%. E nos últimos 12 meses, a variação positiva ficou em 1,96%. A alta não acompanhou, portanto, o aumento de 41,48% no preço do diesel S500 na bomba registrado pela ANP no período.

A pesquisa também mostra que os problemas climáticos dos últimos meses no Brasil, que quebraram a produção de verão, desaceleraram o crescimento do agronegócio. Entre janeiro e fevereiro de 2022, o volume de fretes do agro publicados na plataforma FreteBras aumentou 11%. Historicamente, o volume de fretes do setor cresce mais de 50% nos primeiros meses do ano.

Entretanto, como uma espécie de compensação, o número de veículos disponíveis para realizar o transporte de cargas foi menor em fevereiro do que em janeiro.

Bruno Hacad, diretor de operações da Fretebras, afirma que, “quando existe um aumento no volume de fretes e uma redução nos veículos disponíveis, a tendência natural é o preço do frete subir. Porém, a pressão por redução de custos causada pelas incertezas climáticas fez com que o preço dos fretes do agro ficasse praticamente estável. A desaceleração no crescimento do agro também forçou a mão dos produtores no custo do transporte”.

Tendência de alta

Apesar dos números da Fretebras, o setor espera que os preços subam mais nas próximas semanas. Em entrevista ao Valor, Alexandre Gonçalves Sousa, diretor de marketing na Everlog, que faz gestão de fretes, diz que os embarcadores estão tentando renegociar contratos para compensar os reajustes do diesel. “Devemos ver um efeito em cadeia nos próximos meses, que logo chegará ao consumidor.”

As altas só não aconteceram ainda porque todas as pontas estão perdendo um pouco a rentabilidade, conscientes de que o consumidor final não tem como absorver todo o aumento do diesel e dos custos de produção. “Para os embarcadores conseguimos às vezes mexer em uma ou outra tarifa, no seguro, essas coisas. A estratégia é renegociar tudo”, afirma Sousa.

O caminhoneiro autônomo é o mais prejudicado e, na tentativa de ajudá-lo, a Fretebras criou um subsídio que prevê a devolução de 10% do valor do combustível para o motorista que abastecer na rede de postos parceiros da plataforma. Segundo Hacad, serão gastos R$ 7 milhões nesse subsídio.

Frete x diesel

A pesquisa da Fretebras também mostra que o valor médio do frete por quilômetro por eixo no Brasil ficou em de R$ 1,01 em fevereiro, enquanto que o preço do diesel ficou em R$ 5,59.

As regiões Sul e Sudeste apresentaram o quilômetro por eixo mais caro em fevereiro (R$ 1,02). Os valores mais baixos foram registrados no Nordeste (R$ 0,99) e no Centro-Oeste (R$ 0,97).

Na comparação entre janeiro e fevereiro de 2022, a maior alta do preço do frete foi registrada no Sul 1,53%. Isso aconteceu por ter sido percebido um aumento mais acelerado no número de fretes do que o volume de caminhões disponíveis. Enquanto o número de fretes publicados na plataforma subiu 4,69%, o volume de veículos na região caiu 5,51%, puxando para cima o valor do frete.

O Índice FreteBras de Preço do Frete (IFPF) têm base na análise de mais de 8 milhões de fretes cadastrados na plataforma, que tem 675 mil caminhoneiros cadastrados e 17 mil empresas assinantes.

Fonte: Valor Econômico

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