As movimentações da soja no mercado brasileiro foram pontuais nesta quinta-feira (16), porém, onde os preços mudaram terminaram o dia com valorização. As cotações subiram no Rio Grande do Sul, parte do Paraná, de Santa Catarina e de Mato Grosso do Sul. Nos demais estados, a maior parte das praças de comercialização terminaram o dia com estabilidade.
Em Não-Me-Toque/RS, alta de 0,63% para R$ 159,00 por saca; de 1,17% em Ponta Grossa, no Paraná, para 173,00; de 0,62% em Palma Sola, Santa Catarina, e de de 1,24% para R$ 163,00 me São Gabriel do Oeste, em Mato Grosso do Sul.
Já nos portos, os indicativos permanecem acima dos R$ 170,00 por saca para a safra 2020/21 e acima dos R$ 160,00 para a safra 2021/22, com suporte importante que vem, principalmente dos prêmios para a soja brasileira, que seguem bastante elevados e sustentados pela demanda forte para exportação que se dá neste momento.
“Os prêmios já subiram mais de 15 cents nesta semana”, relatou o analista de mercado Eduardo Vanin, analista de mercado da Agrinvest em entrevista ao Notícias Agrícolas nesta quinta-feira. A China segue buscando a oleaginosa brasileira forte, com mais de dez barcos já tendo sido adquiridos somente nesta semana diante dos problemas logísticos e da falta de oferta nos Estados Unidos.
“O Brasil tem soja, isso é um ponto importante. Fosse no ano passado, talvez seria diferente”, explica Vanin.
E a demanda tende a manter-se forte, ao menos nas próximas semanas, porque os chineses ainda estariam comprando menos do que precisam para este momento – pouco mais de dez barcos semanalmente quando precisariam, agora, de cerca de 30 – e, ainda segundo Vanin, a nação asiática ainda teria que comprar mais 20 milhões de toneladas de soja até o final deste ano e início do próximo para estar com seu abastecimento adequado.
Mesmo mais caro agora, o Brasil segue como sua principal alternativa já que dos 12 terminais localizados ao longo do rio Mississippi, depois da passagem do furacão Ida, apenas cinco operam dentro da normalidade. Assim, o mercado recebe sinais de que os atuais problemas norte-americanos poderiam se estender para os próximos meses. E também por isso a China já compra soja nos EUA com embarque dezembro.
O analista explica ainda que as tradings no Brasil, por outro lado, têm tido dificuldade em originar soja no Brasil, uma vez que o maior volume ainda disponível segue no Paraná e no Rio Grande do Sul, onde os produtores estão capitalizados e sem intenção forte de vender agora. “A trading tem o risco de não conseguir originar essa soja mesmo com esse prêmio mais elevado”, diz.
Fonte: Noticias Agrícolas