Cenário pode ser semelhante, visto que os altos custos de importação valorizam o produto nacional
Os preços do trigo na Argentina devem seguir subindo. Na quinta-feira, o mercado repercutiu o indicativo de menor produção em importantes países produtores, como Estados Unidos, Canadá e Rússia, o que provoca uma elevação das cotações internacionais. A oferta argentina é baixa, devido à quebra da safra passada. A safra atual também começa a enfrentar problemas pela falta de chuvas.
No Brasil, conforme o analista de SAFRAS & Mercado, Jonathan Pinheiro, o cenário pode ser semelhante, visto que os altos custos de importação valorizam o produto nacional. “Atualmente o mercado ainda repercute principalmente cenário climático, e eventuais perdas tendem a potencializar este viés de alta. O clima menos frio diminui a possibilidade de geadas no decorrer dos próximos dias, reduzindo a preocupação de novas perdas. Por outro lado, o clima mais seco já afeta algumas regiões produtoras, que precisam de mais umidade para o trato das lavouras”, disse.
Além deste cenário, a redução da oferta de milho tanto interna, quanto externa eleva a procura pelo trigo destinado para ração animal e amplia ainda mais o cenário altista para o decorrer da temporada.
Paraná
O Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento do Paraná, informou, em seu relatório semanal, que 62% das lavouras estão em boas condições, 28% em situação média e 10% ruins. As alterações se devem aos efeitos das geadas ocorridas recentemente. Na semana passada, as lavouras se dividiam entre boas condições (64%), médias condições (28%) e ruins (8%). A área cultivada deve ficar em 1,193 milhão de hectares, contra 1,136 milhão de hectares em 2019, alta de 5%.
Rio Grande do Sul
Segundo a Emater/RS, a semana se caracterizou pelo predomínio de tempo seco. A partir do dia 4, houve elevação das temperaturas. Foram registradas geadas de baixa intensidade em algumas regiões, principalmente nas áreas mais baixas. Em geral, a umidade dos solos está abaixo da ideal para o bom desenvolvimento da cultura e dificulta a realização de tratos culturais.
Conab
A produção brasileira de trigo em 2021 deverá ficar em 8,59 milhões de toneladas, segundo o 11o levantamento para a safra brasileira de grãos da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), contra 6,23 milhões de toneladas do ano anterior. Em julho, a previsão era de 8,48 milhões de toneladas.
A Conab indica uma área plantada de 2,67 milhões de hectares, contra 2,34 milhões do ano anterior. Em julho, a previsão era de 2,63 milhões de hectares. A produtividade está projetada em 3.187 quilos por hectare, acima de 2.663 quilos de 2020 e da previsão de julho, de 3.225 quilos por hectare.
Argentina
A área plantada com trigo na Argentina em 2021/22 foi reajustada de 6,8 para 6,9 milhões de hectares. Segundo a Bolsa de Comércio de Rosário, o aumento ocorre após a finalização do plantio em algumas regiões.
No mês passado, com projeção de 6,8 milhões de hectares, a produção era estimada em 20,5 milhões de toneladas. Conforme a Bolsa de Rosário, com o aumento de área, o natural seria que a produção fosse projetada por volta de 21 milhões de hectares. No entanto, não há normalidade climática, levanto em conta o déficit hídrico. Assim, a produção argentina é estimada em 20,1 milhões de toneladas.
A Bolsa de Buenos Aires estima a área em 6,5 milhões de hectares. Até 12 de agosto, 39% da área sofria com déficit hídrico. O ministério da agricultura da Argentina estima 6,925 milhões de hectares. O plantio está finalizado.
Fonte: Agência Safras