Algodão: Recuperação do preço e do consumo de algodão deve estimular maior plantio em 21/22

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A recuperação do preço e do consumo mundial de algodão deve estimular o aumento da área plantada com a cultura no Brasil na safra 2021/22 ante a temporada anterior, avalia o presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), Júlio Cézar Busato. “Os preços da fibra voltaram a ser rentáveis para o cotonicultor com retomada do consumo mundial da pluma”, disse ele, na sexta-feira (6), durante o evento virtual “Abertura de Safra Grãos – Soja, Milho e Algodão 2021/22” da consultoria Datagro.

Na safra 202/21, que está sendo colhida, o País semeou 1,367 milhão de hectares com algodão, queda de 18% ante o ciclo anterior. “Em junho do ano passado, o produtor reduziu a área plantada com algodão e aumentou a área com soja e milho diante da queda do preço da fibra”, explicou Busato. Segundo ele, no auge da pandemia, as cotações do algodão caíram de 70 centavos de dólar por libra-peso para 48 centavos de dólar por libra-peso. “O custo de produção é de 62 centavos de dólar por libra-peso. Os preços não estavam compensando o cultivo”, apontou Busato. Na avaliação de Busato, a redução da área plantada não foi ainda maior porque o produtor e exportador brasileiro necessitava manter os mercados externos conquistados, especialmente na Ásia, e cumprir com o pagamento de investimentos.

Além da melhora dos preços, outro ponto que contribui para as perspectivas positivas para incremento de área plantada é a recuperação no consumo mundial de algodão. De acordo com dados apresentados pelo presidente da Abrapa, no auge da pandemia de covid-19, o consumo mundial de algodão caiu para 22 milhões de toneladas. Este ano, a demanda global pela pluma se recuperou e é estimada em 26,3 milhões de toneladas. “No início da pandemia, os consumidores restringiram a compra de roupas. Agora, os consumidores preferem mais roupas confortáveis, como as feitas com algodão”, apontou Busato. O Brasil é o quarto maior produtor de algodão do mundo.

Anea – O algodão brasileiro vem aumentando a sua participação e conquistando espaço em mercados externos importantes, como China, Indonésia e Vietnã, avalia o presidente da Associação Nacional dos Exportadores de Algodão (Anea), Henrique Snitcovski. “O algodão do Brasil vêm ganhando espaço no exterior. Mas ainda precisamos conquistar novos mercados e fortalecer a participação em mercados importantes”, disse ele, durante o evento virtual “Abertura de Safra Grãos – Soja, Milho e Algodão 2021/22” da consultoria Datagro.

De acordo com dados da Anea, hoje o algodão brasileiro responde por 30% do volume importado anualmente pela China, maior comprador de algodão do mundo. “Aumentamos a participação de 10% para 30%. Temos objetivo de aumentar a participação nas importações anuais chinesas. Podemos alcançar 50% do mercado, assim como os Estados Unidos”, apontou Snitcovski. Segundo ele, na Indonésia, as compras da fibra brasileira representavam 25% e hoje estão em 40% do mercado. No Vietnã, terceiro maior importador mundial de algodão, a participação da pluma do Brasil passou de 12% para 25%. “Em Bangladesh, segundo maior mercado mundial, a participação da pluma brasileira ainda representa 15% e há muito espaço para crescer”, avaliou Snitcovski.

Hoje o Brasil exporta 80% do algodão que produz anualmente, sendo o segundo maior exportador mundial da pluma e representando 25% do consumo mundial. Na safra 2019/20, o País comercializou 2,4 milhões de toneladas de algodão para o exterior. Para Snitcovski, o País tem capacidade para, além de conquistar novos mercados, ampliar a produção e elevar o volume exportado a fim de se tornar o maior exportador mundial da fibra. “Passamos de segundo maior importador do mundo nos anos 1990 para segundo maior exportador atualmente”, lembrou o presidente da Anea.

Entre as vantagens competitivas da fibra brasileira no mercado internacional, ele destacou a capacidade de fornecimento ao longo de 12 meses do ano e o reconhecimento de qualidade pelos compradores externos. A possibilidade de embarcar volumes expressivos por mês também está entre os atrativos do algodão local. “Brasil já tem capacidade de embarcar 370 mil toneladas de algodão por mês”, apontou.

Fonte: Broadcast

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