Maior conforto nas escalas de abate finalmente foi traduzido em maior capacidade de exercer pressão sobre o mercado
O mercado físico de boi gordo apresentou preços mais fracos nas principais regiões de produção e comercialização do país nesta semana. Um maior conforto nas escalas de abate finalmente foi traduzido em maior capacidade de exercer pressão sobre o mercado. “No entanto, a oferta de animais terminados ainda é restrita, impossibilitando movimentos mais agressivos de pressão por parte dos frigoríficos”, disse o analista de SAFRAS & Mercado, Fernando Henrique Iglesias.
Em relação à China, as incertezas ainda vigoram no mercado, avaliando as recentes notícias apontando por um controle cada vez maior acerca das informações ofertadas ao mercado. “Em linhas gerais, a percepção em torno da situação chinesa já era complicada e agora tende a se tornar ainda mais. A indicação de que frigoríficos espanhóis sofrem com o processo de renegociação de contratos para a carne suína é outro sinal de alerta em torno das mudanças de dinâmica de importação por parte da China”, assinalou Iglesias.
Com isso, os preços a arroba do boi gordo na modalidade a prazo nas principais praças de comercialização do País estavam assim no dia 08 de julho:
- São Paulo (Capital) – R$ 318,00 a arroba, contra R$ 320,00 a arroba em 01 de julho, caindo 0,62%.
- Minas Gerais (Uberaba) – R$ 313,00 a arroba, ante R$ 315,00 a arroba, recuo de 0,63%.
- Goiânia (Goiás) – R$ 305,00 a arroba, estável.
- Mato Grosso do Sul (Dourados) – R$ 313,00 a arroba, contra R$ 315,00 a arroba (-0,63%)
- Mato Grosso (Cuiabá) – R$ 310,00 a arroba, estável.
Exportações
Com o registro de uma movimentação de 165.644 toneladas em junho e receita de US$ 837 milhões, as exportações totais de carne bovina (in natura + processadas) encerraram o primeiro semestre com uma queda de 3,2% em relação ao primeiro semestre de 2020. As receitas, porém, aumentaram 4,4% na mesma comparação. Em 2020, até o final de junho, o Brasil exportou 909.013 toneladas, com o que obteve receitas de US$ 3,910 bilhões. No mesmo período de 2021, a movimentação foi de 880.007 toneladas com receitas de US$ 4,084 bilhões.
As informações são da Associação Brasileira de Frigoríficos (ABRAFRIGO), que compilou os dados totais fornecidos pela Secretaria de Comércio Exterior (SECEX/DECEX), do Ministério da Economia. Em junho de 2021, através das importações da cidade estado de Hong Kong e do continente, a China comprou 100.962 toneladas, resultado bem melhor que o de maio, com aquisições de 87.231 toneladas, mas que não foi suficiente para alcançar o desempenho do ano passado. No semestre, a China importou 519.022 toneladas, com receita de US$ 2,412 bilhões, ou 58,9% do total movimentado pelo país. No ano passado, no mesmo período, a movimentação era quase a mesma: 518.925 toneladas, com receita de US$ 2,358 bilhões ou 57,1% do total exportado pelo Brasil.
Em relação a junho de 2020, as exportações deste mês em 2021 apresentaram queda de 6% no volume e aumento de 13% na receita (176.366 toneladas exportadas em junho passado com receita de US$ 740,6 milhões). Entre os 20 principais compradores da carne bovina brasileira in natura e processada, os Estados Unidos ocuparam a segunda posição no semestre, aumentando suas aquisições de 20.108 toneladas em 2020 para 42.482 toneladas no primeiro semestre de 2021 (+111,3%). Na terceira posição ficou o Chile com compras de 39.825 toneladas (+16,9%) sobre 34.062 toneladas em 2020. As Filipinas também elevaram suas importações de 17.079 toneladas para 29.300 toneladas em 2021 (+ 71,6%), ficando na quarta colocação. Em quinto lugar está o Egito que reduziu suas compras de 55.750 toneladas no ano passado para 21.870 toneladas em 2021( -60,8%). Os Emirados Árabes ocupam a sexta posição com aquisições de 21.736 toneladas no primeiro semestre de 2021, contra 19.549 toneladas no mesmo período de 2020 (+ 11,7%). No semestre, 79 países aumentaram suas importações enquanto outros 73 reduziram suas compras.
Fonte: Agência SAFRAS