Cereal de inverno foi lançado na Argentina e possui alta resistência à falta de água
Esta quinta-feira, 10 de Junho, pode ser um dia histórico para o Brasil: está programada para hoje a votação que decidirá a aprovação para o primeiro trigo transgênico no Brasil. A Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), ligada ao Ministério da Ciência e Tecnologia, analisa em sua 242ª reunião ordinária a importação e a comercialização do trigo HB4, criado pela argentina Bioceres e que chega ao Brasil pela TMG (Tropical Melhoramento Genético).
O cereal de inverno geneticamente modificado (OMG) foi lançado no país vizinho no ano passado, tendo como principal atrativo a alta resistência à falta de água. Essa característica é considerada por especialistas ouvidos pelo Agrolink como essencial para viabilizar a cultura em diversos locais do Brasil – o que poderia contribuir para que o País pudesse ampliar a oferta, atingir a autossuficiência e garantir a segurança alimentar, pois se trata de um produto agrícola no qual o Brasil ainda é dependente de fornecimento externo.
A aprovação do trigo transgênico, porém, é cercada de polêmica, pois sofre contestações de diversos setores. Um dos resistentes ao cereal de inverno OGM é a Associação Brasileira da Indústria do Trigo (Abitrigo), representante da indústria de produção de farinhas e derivados do trigo. No ano passado a entidade chegou a divulgar nota rejeitando essa inovação científica, justificando que o HB4 não trazia “benefícios evidentes às pessoas, sendo objeto exclusivo de busca de aumento de produtividade do campo”.
Também estão contra o trigo transgênico diversas organizações ativistas contra o agronegócio, tais como a Campanha Contra os Agrotóxicos e pela Vida e o Grupo de Trabalho Biodiversidade da Articulação Nacional de Agroecologia (ANA). As entidades enviaram ofício ao Ministério Público Federal (MPF) tentando barrar a decisão da CTNBio.
Fonte: Agrolink