Condições climáticas foram as responsáveis pela redução da projeção de 80 milhões de toneladas no início do ano para 62 milhões agora em junho. Demanda interna vai seguir aquecida e preços valorizados mesmo com andamento da colheita
No início do ano, a StoneX projetava uma safrinha de milho com produção de 80 milhões de toneladas. Depois, as condições climáticas adversas, especialmente a falta de chuvas entre abril e maio, tiraram volumes mês a mês até chegar a expectativa atual de produção de 62 milhões de toneladas.
Segundo o analista de inteligência de mercado da StoneX, João Pedro Lopes, este patamar é 17% menor do que o registrado na safrinha de 2020, mesmo com um crescimento de 1 milhão de hectares na área cultivada de um ano para o outro.
Essa diminuição na oferta deve ter impacto direto no mercado do cereal neste segundo semestre. O especialista aponta que a demanda interna segue aquecida e deve registrar recorde de 71,5 milhões de toneladas, o que combinado com oferta restrita, vai manter os preços altos e permitir novas valorizações mesmo após a chegada da nova safra.
Outro ponto que favorece essa expectativa é que mais de 60% desta produção já foi negociada, então não serão todos os volumes colhidos que estarão disponíveis ao mercado após a colheita avançar pelos meses de junho, julho, agosto e setembro.
Por outro lado, um movimento que deve acontecer para reajustar essa oferta deve ser a redução das exportações brasileiras, que no ano passado foram de 35 milhões de toneladas e neste ano devem ser de 21 milhões de toneladas, de acordo com as projeções da StoneX.
Confira a íntegra da entrevista com o analista de inteligência de mercado da StoneX no vídeo.