Exportação lenta de carnes pode limitar, de forma pontual, retomada rápida das altas na cotação da arroba do boi
Indústrias frigoríficas estão relatando problemas com a falta de contêiner refrigerado e que isso deve impactar no escoamento da produção destinada ao mercado externo. O analista da AgroAgility, Gustavo Figueiredo, destaca que esse produto que seria destinado à exportação pode ficar para o consumo doméstico.
“Nesta última semana, três frigoríficos informaram problemas com a logística e que está gerando um estoque de carne bovina. Com as câmaras frias cheias, as indústrias vão ter que desovar uma parte no mercado interno e isso deve limitar as valorizações para os preços da carne”, disse em entrevista ao Notícias Agrícolas.
É importante destacar que a falta de contêiner não foi responsável pela redução do volume exportado durante o mês de maio deste ano. “Eu acredito que queda na exportação de carne bovina foi por uma questão de ajuste de contrato. Os embarques lentos neste período pode limitar a retomada de alta das cotações da arroba, mas é algo pontual”, destacou.
Os preços da arroba devem registrar novas altas diante da oferta de animais ajustada. “O mercado passou por um período de alta constante desde dezembro até meados de abril, porém com a entrada de animais de safra os preços recuaram. Agora, estamos vendo o mercado retomar o cenário altista”, afirmou em entrevista.
A expectativa da consultoria AgroAgility é que a disponibilidade de animais mais escassa tenha novas altas consistentes nas próximas semanas. “No início do mês de maio tivemos o indicador apontando preços de 306,00/@ e no final encerramos o mês com R$ 313,92/@, isso já demonstra o cenário altista para o mercado”, informou.
Com relação ao confinamento, o analista ressaltou que com as quedas nos preços da reposição e a valorização dos preços da arroba na Bolsa Brasileira (B3) gerou uma margem considerável para confinar os animais em boitel. “Os valores negociados no mercado futuro estão refletindo essa expectativa de oferta restrita e com a Argentina paralisando as exportações de carne bovina, na qual vai impulsionar os embarques brasileiros”, comentou.
Fonte: Noticias Agrícolas