Com a perspectiva de ampliar em US$ 1,2 bilhão por ano seu volume de negócios, o setor produtivo de carnes do Rio Grande do Sul aguarda com expectativa a certificação do Estado como zona livre de febre aftosa sem vacinação pela Organização Mundial da Saúde Animal (OIE).
O reconhecimento, que deve ser oficializado na quinta-feira (27/5), abrirá as portas para 70% dos mercados internacionais a que o RS, até hoje, não tinha acesso, beneficiando as indústrias gaúchas de carne bovina, suína e de aves.
“A evolução do status sanitário coloca a pecuária gaúcha em um novo patamar. Muito em breve estaremos livres da vacina e livres para crescer”, destaca a secretária da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural, Silvana Covatti.
Na indústria de carne suína, a projeção é de que haja um incremento na exportação na ordem dos R$ 600 milhões anuais. China (carne com osso), Japão, EUA e Coreia do Sul são os maiores importadores mundiais a exigirem status de livre de febre aftosa sem vacinação para exportar esse tipo de carne.
Para o presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ricardo Santin, a certificação do Rio Grande do Sul como zona livre de aftosa sem vacinação, aliada ao cenário sanitário internacional, impulsionará a indústria suinicultora do Estado.
“A China, por exemplo, teve queda expressiva de produção por causa da peste suína africana, e a recuperação para níveis antes da peste está prevista apenas para 2025. Então, o acesso a esses mercados possibilitará um boom na suinocultura do RS”, projeta.
O presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), Antônio Camardelli, destaca que o ganho não se dará apenas pelo crescimento do volume de exportações, mas também por causa do valor pago a carnes e derivados de carne oriundos de regiões sem vacinação, que costumam ter preços maiores em países importadores mais exigentes.
“Estes mercados pagam muito bem pela tonelada, como Japão e Coreia do Sul. A tendência é ampliarmos o espaço e fortalecermos nossas ligações com parceiros comerciais tradicionais, como China e Estados Unidos”, avalia.
Fonte: Revista Globo Rural