Indústrias abriram a semana tentando a última “manobra” para tentar frear a alta dos preços, mas sem sucesso diante da lacuna na oferta de boi gordo!
O mercado físico de boi gordo registrou preços mais altos na maioria das principais praças pecuárias pelo país nesta segunda-feira, 24. A semana começou com oferta inexpressiva de boiadas e com as indústrias tentando uma última “manobra” para tentar conter o avanço dos preços da arroba neste momento.
Os frigoríficos abriram a semana fora das compras, como de costume, e aqueles que foram as compras tentaram oferta preços mais baixo, mas sem sucesso nas negociações. Eles sinalizam para escalas de abate posicionadas até o final do mês. Entretanto, a dificuldade para alongar a posição é evidente neste momento.
As negociações amanheceram mais calmas nesta segunda-feira, com as indústrias analisando o cenário para iniciarem as negociações, em vista da alta registrada na última sexta-feira (21/5).
Segundo a Scot Consultoria, o boi gordo destinado ao mercado interno está cotado em R$307,00/@, enquanto a vaca e novilha gordas são negociadas em R$284,00/@ e R$299,00/@, respectivamente, preços brutos e a prazo, estabilidade na comparação feita dia a dia.
Já macho de até quatro dentes, com destinado à exportação, apresenta um ágio de até R$8,00/@ em relação ao boi comum. O volume exportado tende a crescer neste momento, diante das restrições na Argentina.
Em São Paulo, o valor médio para o animal terminado chegou a R$ 311,69@, na segunda-feira (24/05), conforme dados informados no aplicativo da Agrobrazil. Já a praça de Goiás teve média de R$ 287,65/@, seguido por Mato Grosso Sul com valor de R$ 297,94/@.
Segundo os analistas da IHS, o mercado pecuário segue em compasso de espera. Os frigoríficos aguardam uma maior reação do consumo doméstico de carne bovina – que pode aumentar na esteira da flexibilização das medidas de isolamento social contra a Covid-19.
Por sua vez, do lado da oferta, os pecuaristas alocam os seus animais em boiteis, para negociá-los sobretudo a partir do segundo semestre.
Futuro e Exportações
Na B3, os contratos futuros se valorizaram, com destaque para maio/21 que foi cotado na casa dos R$ 313,30/@, encerrando o dia com uma alta de 0,58%.
As exportações brasileiras de carne bovina in natura ganharam forças na terceira semana de maio, atingindo o maior volume semanal do mês, com pouco mais de 33 mil toneladas enviadas para fora do país nos últimos cinco dias úteis. Foram arrecadados US$ 165,48 milhões no mesmo período e com isso a receita referente ao mês já bateu a casa dos US$ 435 milhões.
Movimento de alta vai continuar e frigorífico vai pagar
O início da entressafra tende a ser pautado por um quadro complicado para a compra de boiadas, considerando a redução do primeiro giro de confinamento, consequência da elevação dos custos pecuários neste ano.
Ou seja, os preços do boi gordo tendem a apresentar movimento mais consistente de alta no decorrer de junho. Para o segundo giro de confinamento há maior estímulo, avaliando a curva de preços futuros nas últimas semanas, além da perspectiva de preços mais palatáveis do milho com a entrada da safrinha no mercado durante o segundo semestre, aliviando os custos com a nutrição animal”, assinala Iglesias, da Agência Safras.
Giro do Boi Gordo pelo Brasil
Em São Paulo, Capital, a referência para a arroba do boi ficou em R$ 309 ante R$ 308 na sexta-feira.
Em Goiânia (GO), a arroba teve preço de R$ 295, estável.
Em Dourados (MS), a arroba foi indicada em R$ 299, contra R$ 298.
Em Cuiabá, a arroba ficou indicada em R$ 302 contra R$ 301.
Em Uberaba, Minas Gerais, preços a R$ 302 – R$ 303,00 a arroba, ante R$ 301.
Atacado
No mercado atacadista, os preços da carne bovina ficaram estáveis. Conforme Iglesias, a expectativa é que haja maior espaço para reajustes ao longo da primeira quinzena de junho, período que conta com maior apelo ao consumo.
Com isso, o corte traseiro teve preço de R$ 20,35 o quilo. O corte dianteiro teve preço de R$ 17,00 o quilo, assim como a ponta de agulha.
Fonte: Compre Rural