As plantas frigoríficas voltaram a reduzir os seus abates diários, buscando fôlego nas escalas; Preço da arroba não vai cair, vai disparar no curto prazo
O mercado físico de boi gordo registrou preços estáveis nesta sexta-feira, 14, indicando que o movimento de baixa já não se sustenta mais. Os frigoríficos ainda apontam para uma posição mais confortável em suas escalas de abate, mas vale ressaltar que voltaram a reduzir os seus abates diários. Preço da arroba vai disparar, e esse movimento irá se sustentar pela lacuna na oferta de animais para abate!
Os preços dos animais para abate parecem ter encontrado um ponto de acomodação em grande parte do país. Assim, é pouco provável que os frigoríficos encontrem espaço para exercer pressão ainda maior sobre o mercado. A expectativa é que seja evidenciada a retomada de alta, em linha com a potencial redução do confinamento de primeiro giro.
Segundo os dados levantados pela Scot Consultoria, o mercado abriu estável para todas as categorias destinadas ao abate. Diante disso, o boi, a vaca e novilha gordos estão apregoados, respectivamente, em R$306,00/@, R$284,00/@ e R$298,00/@, preços brutos e a prazo.
Em São Paulo, o valor médio para o animal terminado chegou a R$ 305,25@, na sexta-feira (14/05), conforme dados informados no aplicativo da Agrobrazil. Já a praça de Goiás teve média de R$ 284,55/@, seguido por Mato Grosso Sul com valor de R$ 291,66/@.
O ágio para os animais que atendem o padrão exportação, o Boi China, chegam a R$ 10,00/@ em relação ao boi comum. Já o Indicador do Cepea voltou a ter grande desvalorização, na casa de -4,79%, fazendo com que os preços tivessem um salto de R$ 311,85/@ para o patamar de R$ 307,00/@.
Além disso, outro ponto que chama atenção é a grande retenção de fêmeas nas propriedades. Diante da alta nos preços da reposição e a baixa oferta de animais no mercado, os pecuaristas estão negociando poucos animais desta categoria. Como apontado na imagem abaixo, apenas 22% dos animais negociados são fêmeas!
Escalas de abate com realidades distintas
A média de programação de abates da semana não teve grandes alterações, apesar de uma realidade diferente entre regiões do país. Os frigoríficos do centro-oeste e sudeste operam em sua maioria com normalidade na compra, diferente do norte do país onde as programações de abates dos frigoríficos começam a se reduzir.
Em São Paulo, os frigoríficos estão com 10,0 dias úteis de escala já cobertas, acima da média nacional que é de 7,0 dias úteis.
Minas Gerais é o segundo estado com maior escala de abates, tendo 8,0 dias úteis programados;
Em Mato Grosso, a média das escalas veio aumentando durante a semana, fechando o período com 7,0 dias úteis;
Em Mato Grosso do Sul, as indústrias encerraram a semana com 6,0 dias úteis de escala completas;
Dentre as regiões analisadas, o Pará tem as programações mais curtas, com os frigoríficos abastecidos em média em 3,0 dias úteis.
Segundo a IHS, a oferta de animais engordados no pasto parece já ter atingido o seu auge, como mostra o quadro atual de escassez de oferta observado no Centro-Oeste e Sudeste do País.
Com isso, muitas fazendas de pequeno e médio portes, continua a consultoria, estão sendo obrigadas a fechar parcerias com boiteis, que têm maior poder de barganha na compra de componentes para ração, viabilizando a terminação no cocho, mesmo depois da explosão no valor do milho, entre outros ingredientes.
Por sua vez, as plantas frigoríficas diminuíram consideravelmente os seus abates diários, buscando fôlego nas escalas e, ao mesmo tempo, tentam cada vez mais barganhar preços menores nos principais balcões de negócios do País.
Para o início da entressafra, a expectativa é que seja evidenciada a retomada do movimento de alta, em linha com a potencial redução do confinamento de primeiro giro. “Basicamente o mercado pecuário voltará a conviver com um ambiente pautado pela restrição de oferta”, disse o analista da Agência Safras.
Giro do Boi Gordo no Brasil
Em São Paulo, Capital, a referência para a arroba do boi ficou em R$ 304.
Em Goiânia (GO), a arroba teve preço de R$ 290, estável.
Em Dourados (MS), a arroba foi indicada em R$ 294.
Em Cuiabá, o preço chegou em R$ 301.
Em Uberaba, Minas Gerais, preços a R$ 297 a arroba, inalterados.
Atacado
No mercado atacadista, os preços permaneceram estáveis. Conforme Iglesias, o ambiente de negócios ainda sugere por alguma queda durante a segunda quinzena do mês, período que conta com menor apelo ao consumo.
“Os preços da carne bovina seguem em patamar proibitivo, reforçando o consumo de proteínas mais acessíveis, a exemplo da carne de frango. Este movimento se torna ainda mais evidente em um ano pautado pela lenta recuperação da atividade econômica”, aponta Iglesias.
Com isso, o corte traseiro teve preço de R$ 20,35 o quilo. O corte dianteiro teve preço de R$ 17,35 o quilo, e a ponta de agulha permaneceu em R$ 17,35 o quilo.
Fonte: Compre Rural