A previsão representa um aumento de 5,7% ou 14,7 milhões de toneladas a mais em comparação ao produzido em 2019/20
A produção nacional de grãos está estimada em 271,7 milhões de toneladas, com um aumento de 5,7% ou 14,7 milhões de toneladas a mais em comparação ao produzido em 2019/20. A posição histórica deve-se à produção recorde da soja e crescimento estimado do milho total. A projeção é do 8º levantamento da safra 2020/2021 de grãos, divulgado nesta quarta-feira (12), pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
O arroz e feijão são os destaques na análise do diretor de Comercialização e Abastecimento do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Silvio Farnese.
“Um número interessante é o da produção de arroz, que ano passado, deu alguns sustos em relação ao preço. Agora, com o aumento de produção contribui com o abastecimento interno, mesmo que os preços se mantenham no patamar do ano passado ou um pouco menor. O feijão também mantém um volume suficiente para atender o consumo, mesmo com a crise climática da segunda safra”, explica.
As culturas de primeira safra, com exceção do milho e arroz, estão no encerramento da colheita. Para as de segunda safra, caso do feijão, predominam os estágios de floração e enchimento de grãos.
Já quanto ao milho segunda safra, em face do atraso na semeadura, mas com um percentual significativo de desenvolvimento vegetativo e floração, a cultura dependerá das condições climáticas. Para as culturas de inverno, o plantio se intensifica este mês, mas dependerá do volume das precipitações. Mesmo com um volume ainda recorde, em comparação com a estimativa do mês passado, nota-se uma redução de 2,1 milhões de toneladas, devido ao atraso da colheita da soja e, como consequência, o plantio de grande parte da área do milho segunda safra fora da janela ideal, aliado à baixa ocorrência de chuvas. Portanto, já há redução na produtividade esperada do cereal.
Área
A previsão para área plantada é de crescimento de 4,1% ou 2,7 milhões de hectares, alcançando 68,6 milhões de hectares. Os destaques são para a soja, com aumento de 4,2% ou 1,6 milhão de hectares, e para o milho segunda safra com ganho de 8,8%, correspondendo a 1,2 milhão de hectares.
A soja mantém o seu destaque, com uma produção recorde estimada em 135,4 milhões de toneladas, 8,5% ou 10,6 milhões de toneladas superior à da safra 2019/20. O Brasil assegura o título de maior produtor mundial da leguminosa.
Para o milho, cuja produção total está estimada em 106,4 milhões de toneladas, o crescimento é de 3,7% sobre a produção de 2019/20. São produzidas 24,7 milhões de toneladas na primeira safra, com previsão de 79,8 milhões na segunda safra e 1,9 milhão na terceira safra.
Para os demais grãos, alguns aumentaram a produção. O algodão tem um total estimado em 6 milhões de toneladas para o caroço, correspondendo a 2,4 milhões de toneladas de pluma. Já o arroz marca 11,6 milhões de toneladas, com aumento de 3,9% frente ao volume produzido na safra anterior. Desses, 10,7 milhões de toneladas provêm de cultivos irrigados e 900 mil toneladas do sistema de sequeiro. O feijão reduz 3,6% no acumulado das três safras, totalizando 3,1 milhões de toneladas. E para o amendoim, há um crescimento de 7,1% na produção em comparação com a obtida em 2019/20, alcançando cerca de 597 mil toneladas.
As culturas de inverno (aveia, canola, centeio, cevada, trigo e triticale) estão em início de plantio. Especificamente para o trigo, estimativas preliminares indicam uma área de 2,5 milhões de hectares e produção de 6,6 milhões de toneladas.
Mercado
Algodão em pluma segue com cenário positivo no mercado internacional. As exportações no acumulado de janeiro a abril de 2021 aumentaram 28% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Em relação ao milho, mesmo com embarques ainda lentos, a demanda no cenário externo aponta para uma previsão de 35 milhões de toneladas exportadas na safra atual, valor praticamente igual ao que foi observado para a safra 2019/2020.
Quanto à soja, a Conab estima a venda de 85,6 milhões de toneladas para fora do país, aumento de 3,3% em relação ao último ano. Confirmada a previsão, será um recorde da série histórica.
Por fim, para o arroz, as exportações em abril estão em ritmo 14% menor, quando comparado com o mesmo mês do ano passado. No acumulado até abril também observa-se a queda de 19% no volume exportado, devido à pouca disponibilidade do produto no início do ano. Destaca-se, no entanto, que a Conab elevou as projeções de exportações neste mês para 1,3 milhão de toneladas, devido ao aumento da produtividade da safra 2021 do arroz divulgada no levantamento de hoje.
“O levantamento da Conab nos mostra um volume de produção, apesar das dificuldades climáticas, superior ao ano passado. É um ano muito favorável e esperamos que, com situações climáticas melhores, tenhamos a manutenção dessa safra, que sinaliza bons momentos para a produção brasileira”, conclui o diretor de Comercialização e Abastecimento.
Fonte: MAPA