Irrigação e confinamento farão parte do Plano de Agricultura de Baixa Emissão de Carbono (ABC), que prevê iniciativas de mitigação e adaptação às mudanças climáticas até 2030. As duas novas tecnologias serão incorporadas aos sete programas que desde 2010 integram as ações.
Uma plataforma vai integrar todos os dados científicos, de gestão e financeiros das técnicas sustentáveis aplicadas no campo. O objetivo é dar mais transparência e ajudar a melhorar a imagem ambiental do Brasil no exterior. A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, lançará o Programa ABC+ nesta terça-feira. Com ele, a intenção é fomentar as finanças verdes e os mecanismos de reconhecimento, como selos e certificações.
“Teremos mais foco na ciência aplicada, com mecanismos de mensuração, rastreabilidade e verificação, e também as parcerias para levar as tecnologias a campo”, afirmou ao Valor Fabiana Villa Alves, coordenadora-geral de Mudanças Climáticas, Florestas Plantadas e Agropecuária Conservacionista do Ministério da Agricultura. “São metas, ações e atividades mais delineadas para que a gente possa ter transparência de dados, com a plataforma para responder às demandas internacionais e melhorar a imagem do Brasil”, completou.
Os dados atualizados das metas apuradas até 2020 devem ser divulgados em breve, assim como o detalhamento das ações da próxima década. “Atingimos mais de 100% das metas propostas em 2010”, antecipa Villa Alves. Segundo ela, o país já tem 52 milhões de hectares com uso de alguma tecnologia ABC. A meta era 35,5 milhões.
O ABC+ quer avançar na regionalização das tecnologias, com ações específicas voltadas para as características de cada Estado e bioma, com o que o ministério chama de gestão integrada da paisagem. “Queremos trazer uma proposta que permita produzir conservando. Serão nove eixos de atuação na nova etapa. “A gente mostra para o produtor que sustentabilidade dá dinheiro, que traz maior diversificação, maior renda e menos riscos”, concluiu.
Fonte: Valor Econômico