Segundo especialista, houve um represamento de navios e contêineres que vai gerar uma bolha nos portos europeus
A maré ajudou o mega navio que encalhou no Canal de Suez e bloqueou a principal ligação marítima entre a Ásia e Europa por seis dias, finalmente voltou a navegar nesta segunda-feira, 29.
Com 400 metros de comprimento e 220 mil toneladas, o navio operado pela empresa Evergreen encalhou no Canal de Suez na última terça-feira, 23, em meio a ventos fortes e uma tempestade de areia, e bloqueou a passagem dos outros navios.
O bloqueio causou um congestionamento de mais de 300 navios, que poderiam ser vistos do espaço. Pelo Canal, passam cerca de 12% de todo o comércio global. Apesar de não impactar diretamente o agronegócio brasileiro, esse incidente gera consequências na logística global de navios e containers.
Sobre o assunto, o especialista em logística internacional, Antônio Bonassa, comenta: “Muitos contêineres que chegam no Brasil passam pelo canal. Contêineres refrigerados chegam a ser 21% de todos que vêm pra cá, o que pode acabar impactando o comércio internacional porque os fluxos normais foram desbalanceados”.
Segundo o analista, serão necessários 3 meses para a logística internacional de exportação e importação voltar ao normal. “Houve um represamento de navios e contêineres que vai gerar uma bolha nos portos europeus. Essa situação com o agravamento de medidas sanitárias da China, gera um problema no fluxo que desencadeia no Brasil”, explica.
No primeiro dia da notícia do entalhamento do navio, o preço do petróleo subiu quase 4%. “Essa conjuntura econômico-financeira coloca mais uma barreira para a competitividade do agronegócio brasileiro no mercado internacional”, adiciona Bonassa.
Fonte: Canal Rural