Valorização vem com demanda externa pela carne, que continua ativa, enquanto mercado interno continua a pressionar as margens dos frigoríficos
Nesta terça-feira (23/3), os preços do boi gordo voltaram a registrar altas em algumas importantes praças pecuárias, ainda influenciados pela baixa oferta de animais terminados a pasto.
Segundo apurou a Scot Consultoria, as indústrias paulistas aumentaram a oferta de compra para o boi gordo, forçando para cima as cotações da arroba, negociada em torno de R$ 312/@, preço bruto e a prazo. “Para bovinos que atendem ao mercado externo, ocorrem negócios com R$ 5/@ de ágio”, destaca a Scot. Novilhas gordas são negociadas hoje a R$ 301/@, preço bruto e a prazo. A cotação da vaca gorda permaneceu estável nesta terça-feira, em R$ 283/@, nas mesmas condições de pagamento.
Levantamento diário da IHS Markit apontou alta expressivas de preços de fêmeas no Mato Grosso, reflexo do final do período de descarte. “Os altos custos de reposição também influenciaram a retenção de vacas para uso como matrizes”, observa a consultoria. Os preços do boi gordo e da vaca gorda também subiram em Góias, Minas Gerais e Pará.
Na avaliação da consultoria, a retirada dos compradores do mercado não se mostrou suficiente para acalmar a especulação altista em torno dos preços dos animais terminados. “Os produtores rurais adotam estratégia segurar lote no pasto, de olho nos elevados custos de produção”, ressalta a consultoria.
Segundo dados do IBGE, o abate de bovinos apresentou retração de 8,5% em 2020, após três anos consecutivos de crescimento. Porém, relata a IHS, “o período climático favorável às pastagens está terminando, colocando o mercado em alerta para futuras mudanças na dinâmica dos preços da arroba do boi gordo”.
No front externo, a demanda pela proteína brasileira continua firme. De acordo com dados parciais da Secex, nas três primeiras semanas de março, o Brasil embarcou 5,92 mil toneladas/dia de carne bovina in natura, volume 3,4% superior à média de março de 2020. Caso o fluxo médio persista até o final do mês, o país deve exportar mais de 135 mil toneladas do produto in natura, maior volume para o período desde março de 2007, observa a consultoria.
Estabilidade no atacado
Os preços dos principais cortes bovinos no mercado atacadista continuam estáveis. Segundo a IHS, a procura pelo dianteiro deu sinais de firmeza, mas cresce o registro de sobras dos cortes de traseiro.
Fonte: Portal DBO