A nível interno, analista diz que saca de milho pode bater os R$ 100 e tendência é de patamares mais altos até a entrada da safra de inverno
A importação de milho da China aumentou cinco vezes em janeiro e fevereiro ante o mesmo período do ano passado. Segundo a Administração Geral de Alfândegas do país asiático, o volume registrado foi de 4,8 milhões de toneladas.
De acordo com o chefe de grãos da Datagro, Flávio França, a alta nas importações chinesas é explicada por dois motivos. “Temos o reflexo, ainda que parcial, da recuperação do rebanho suíno afetado pela peste suína africana e também do acordo comercial entre China e Estados Unidos. Desde setembro de 2020, a China importou 19,3 milhões de toneladas de milho americano e terá a necessidade de comprar mais”, ressalta.
Segundo o analista, a forte demanda pelo cereal na China e em todo mundo, seguirá dando suporte aos preços na Bolsa de Chicago. “Desde o ano passado temos uma redução nos estoques norte-americanos e mundiais, que vem provocando sucessivas altas no mercado internacional. Acredito em preços sustentados até a entrada da nova safra americana. Até julho os preços podem oscilar, mas sempre em patamares mais altos”, projeta França.
A nível interno, o chefe de grãos da Datagro diz que a situação do mercado brasileiro de milho é ‘tensa’, onde o cenário é favorável ao produtor, mas negativa aos consumidores. “A saca negociada a R$ 100 que antes era um mito pode acontecer sim. Na verdade, quem vai dizer o teto de preços é o consumidor. O mercado vai chegar até onde o consumidor conseguir pagar. A situação para o mercado só deve se normalizar com a entrada da safra de inverno, que deve chegar de maneira tardia, a partir de julho”, diz.
Nesta segunda, 22, o indicador do milho do Cepea renovou a máxima histórica da série de preços. A cotação variou 0,59% em relação a última sexta, 19, e passou de R$ 93,3 para R$ 93,85 por saca. No acumulado do ano, o indicador valorizou 19,33%. Em 12 meses, os preços alcançaram 61,06% de alta.
Fonte: Canal Rural