Brasil se tornou um grande fornecedor de alimentos para o mundo
Apesar da pandemia da Covid-19 que criou dificuldades logísticas e de produção, o setor de máquinas e implementos agrícolas brasileiro não parou. As vendas devem apresentar crescimento real de 12% (descontada a inflação) e 20% de nominal em 2020 em relação ao ano passado e com faturamento estimado em R$ 40 bilhões. Esse cenário deve-se a uma ótima safra agrícola, o recorde das exportações do agronegócio e a valorização do dólar em 30% que propiciou uma grande rentabilidade para os agricultores das culturas de exportação como soja, milho, café, algodão, laranja, celulose e carnes. Além disso, os produtores rurais aproveitaram os preços dos grãos em alta para aumentar a área plantada e investir em máquinas agrícolas, que são determinantes para extrair o melhor da lavoura.
De acordo com o artigo de João Marchesan, Administrador de empresas, empresário e presidente do Conselho de Administração da ABIMAQ , um outro ponto que alavancou a comercialização no setor foi a defasagem tecnológica existente no Brasil devido 50% do parque industrial ter mais de 10 anos de uso e por isso precisa ser renovado e modernizado. As exportações em 2020 foram impactadas negativamente pela Covid-19, pois as economias dos principais parceiros comerciais, principalmente da América do Sul, não tiveram boa performance. Quanto as importações, o aumento de custo de 30% devido à desvalorização do Real restringiu a entrada de importados no país no ano passado.
Aliás, o mercado de máquinas agrícolas continuará promissor em 2021, pois os preços estão bons, dólar num bom patamar e as chuvas voltaram. Então temos a expectativa de ser um ano excelente com relação ao clima, que não faltará crédito com as suplementações que estão acontecendo dos bancos particulares e do próprio BNDES.
Marchesan salienta que o Brasil se tornou um grande fornecedor de alimentos para o mundo, principalmente para Ásia onde as áreas aráveis para cultivo estão em grande parte tomadas. No entanto, a população cresce numericamente e aumenta sua renda, demandando alimentos e o Brasil prossegue como um dos grandes fornecedores desse mercado. Baseada nessa conjuntura, a previsão para o próximo ano é de um crescimento real de 3% (descontada a inflação) e nominal de 10% nas vendas, chegando a R$ 45 bilhões de faturamento. Com relação as exportações,
“Teremos um 2021 mais promissor caso o governo tome medidas urgentes no sentido de se organizar de forma a permitir o crescimento sustentado da economia de modo que a reversão da desindustrialização garanta emprego e renda para o cidadão. Para isso são necessárias ações que permitam a isonomia competitiva do setor produtivo, proporcionando ampliação de sua participação no mercado doméstico e internacional. Para tanto, em 2021 devemos continuar articulando com o governo e lutando pela criação de uma política industrial condizente com a indústria brasileira de bens de capital mecânicos, que é o setor responsável pela difusão tecnológica em toda a cadeia produtiva, e que tem papel preponderante no aumento da produtividade nos setores agrícolas, de serviço e industrial. Continuaremos ainda insistindo nas reformas, tributária, administrativa e política. Especialmente a tributária, já que precisamos com urgência de uma reforma que garanta ao sistema tributário nacional a simplificação, justiça e transparência desejada por todos os contribuintes. Os benefícios desta ação são muitos, mas destacamos a expressiva melhora do ambiente de negócios do país em razão da redução dos custos relacionados à administração dos tributos e dos litígios, aumento da segurança jurídica, ampliação da taxa de investimento por conta da redução do custo que ocorrerá nas máquinas e equipamentos ao eliminar a cumulatividade do sistema e garantir o crédito imediato. Todos fatores que permitirão aumento da produtividade, ganho de competitividade da produção nacional, expansão dos investimentos, redução do índice de desemprego e em aumento da renda do país”, finaliza João Marchesan.
Fonte: Agrolink