Fundamentos de longo prazo ainda indicam viés de alta
No Agricultural Outlook Forum-Forum de Perspectivas da Agricultura, realizado nesta semana nos Estados Unidos, os especialistas do USDA (Departamento de Agricultura dos EUA) fizeram duas afirmações importantes sobre o milho brasileiro, destaca a Consultoria TF Agroeconômica. A primeira constatação é que “a concorrência do Brasil no mercado de soja e milho está crescendo, embora seu efeito nesta safra seja amortecido por um atraso significativo na colheita da soja e no plantio tardio de milho”.
De acordo com Seth Meyer, economista-chefe do USDA, isso significa que a China deverá aumentar as importações de milho do Brasil já a partir desta temporada 2020/21. “O fato de as autoridades reguladoras da China terem recentemente aprovado eventos biotecnológicos em milho utilizados no Brasil, além de aliviar as condições fitossanitárias, é um sinal de que o país asiático começará em breve a importar um maior volume de milho dessa origem”, disse o executivo.
FUNDAMENTOS ALTISTAS
A TF Agroeconômica sustenta que, mesmo com o aumento da disponibilidade nos estados do Sul, os fundamentos de longo prazo ainda indicam viés de alta. A oferta da safra atual ainda está mais baixa, mesmo considerando a entrada da safra de verão nos estados do Sul. Há ainda a previsão de redução de área para esta safra, embora tenha havido aumento de produção devido à ocorrência de chuvas de última hora. Por fim, há um aumento da demanda interna, com o aumento das exportações de frango (36,7%) e de suínos (40%).
Como fator baixista surge apenas a pressão da safra, mas é uma “pressão passageira, que não deverá durar 30 dias e logo se converterá em nova alta de preços, que podem chegar aos R$ 95,00/saca no final de maio, início de junho, por oferta menor do que a demanda, tanto a nível nacional, quanto internacional”, concluem os analistas.
Fonte: Agrolink