O movimento de alta nos preços do suíno vivo negociado no mercado independente, que vinha sendo observado desde junho, foi interrompido nesta semana. A pressão veio da oferta que acabou ficando acima da demanda. Até então, a disponibilidade de animais em peso ideal para abate estava se mantendo abaixo da procura de frigoríficos por novos lotes, que estava intensa.
No geral, enquanto a produção vem se recuperando, resultando até mesmo em “sobras” em algumas granjas, a demanda se enfraqueceu nos últimos dias, o que pode estar relacionado ao período de segunda quinzena do mês, quando o poder de compra da população diminui.
Do vivo à carne, os preços de todo o setor tiveram quedas entre 17 e 24 de novembro, uma vez que agentes tentam manter o volume de vendas. Na região SP-5 (Bragança Paulista, Campinas, Piracicaba, São Paulo e Sorocaba), o suíno foi cotado a R$ 9,03/kg nessa terça-feira, 24, recuo de 8,2% em relação à terça anterior, 17. Em Patos de Minas (MG), a desvalorização foi de 6,3% no mesmo período, indo a R$ 8,89/kg.
No Oeste Catarinense, de 17 a 24 de novembro, o suíno se desvalorizou 8%, cotado a R$ 9,24/kg na terça. No Sudoeste Paranaense, o animal vivo foi comercializado a R$ 8,73/kg na terça, recuo de 7,2% nesse período.
Para a carcaça especial, negociada no atacado da Grande São Paulo, a baixa no preço foi de 5% no mesmo período, indo a R$ 13,22/kg no dia 24. A carcaça comum se desvalorizou 6,5%, a R$ 12,38/kg na terça. Agentes de redes atacadistas e varejistas relatam dificuldades em vender produtos suinícolas no mercado doméstico, indicando que os preços estão muito elevados e a demanda interna está enfraquecida, devido à menor renda da população por conta dos impactos econômicos gerados pela pandemia de covid-19.
No mercado de cortes, os recuos foram menos intensos, com alguns produtos ainda tendo alta nos preços. Indústrias têm demandado menos animais para abate, mas buscam manter certa estabilidade nos preços de vendas de parte dos cortes, no intuito de garantir sua margem de lucro.
De 17 a 24 de novembro, o carré se valorizou 1,2% na média das regiões do estado de São Paulo, indo para R$ 15,43/kg na terça. O lombo foi negociado a R$ 17,48/kg na última terça, recuo de 2% no mesmo período.
Com a proximidade do fim do ano, a redução da procura deixa o setor em alerta. Tradicionalmente, os meses de novembro e dezembro são marcados por aquecimento nas vendas de suínos, com muitos agentes fazendo estoques para as vendas de Natal.
INSUMOS – Os preços dos principais insumos da suinocultura, milho e farelo de soja, também recuaram de 17 a 24 de novembro. Segundo levantamento da Equipe Grãos/Cepea, a saca de 60 kg de milho se desvalorizou 1,5% no período, indo a R$ 78,94 na região do Indicador de Campinas (SP). A tonelada do farelo de soja, por sua vez, foi a R$ 2.699,21 na última terça-feira, leve queda de 0,1% em sete dias.
Fonte: Radar Investimentos