Na esteira da queda do dólar e do clima desfavorável no Brasil, contratos do grão sobem 1,6%
As cotações da soja dispararam nesta quinta-feira na bolsa de Chicago e alcançaram o maior patamar desde julho de 2016, segundo cálculos do Valor Data.
O impulso veio do bom humor dos investidores e seu maior apetite ao risco, e do clima seco no Brasil. Os contratos para janeiro subiram 1,61%, ou 17,35 centavos de dólar, para US$ 11,0375 o bushel.
Para o analista Arlan Suderman, da consultoria StoneX, os contratos da oleaginosaainda podem avançar mais. “A questão agora é quanto a produção da América do Sulserá afetada negativamente pelo La Niña”, disse ele à agência Dow Jones Newswires.
“Por enquanto, o clima está bastante seco na Argentina e no Sul do Brasil”, acrescentou o analista. Para o fim de semana, a consultoria agrícola DTN projetou que a seca no Sul do Brasil deve continuar.
Os novos dados de exportações americanas, divulgados nesta quinta-feira, foram praticamente ignorados pelo mercado. Conforme o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), foram negociadas 1,53 milhão toneladas na semana encerrada em 29 de outubro, abaixo da expectativa. Analistas consultados pelo jornal “The Wall Street Journal” esperavam entre 1,8 milhão de toneladas e 3,1 milhões de toneladas.
No mercado de milho, as cotações também fecharam no campo positivo nesta quinta-feira na bolsa de Chicago. Os lotes para março de 2021 subiram 0,85% (3,35 centavos de dólar), a US$ 4,1475 o bushel.
Milho
Mercado futuro* – em US$ cents/bushel
Segundo analistas, a queda do índice dólar no exterior deu suporte para os grãos na sessão desta quinta-feira. “O dólar está caindo forte e rapidamente, e o clima na América do Sul está aquém do ideal”, disse Dennis Smith, da empresa Archer Financials, à Dow Jones Newswires.
Também negociados na bolsa de Chicago, os preços do trigo acompanharam a valorização de soja e milho. Os contratos futuros do cereal para março de 2021avançaram 0,65% (4 centavos de dólar), para US$ 6,1345 o bushel.
Diante do otimismo que contagiou os ativos de maior risco, os traders praticamente ignoraram os dados do relatório de exportações do USDA. Na semana encerrada em 29 de outubro, as vendas foram da ordem de 597,1 mil toneladas, queda de 20% na comparação com a semana anterior. Em relação à media de quatro semanas, porém, houve um aumento de 10%.
Fonte: Valor Econômico