No ciclo 2019/20, lucro líquido da empresa caiu 32%
A BrasilAgro, especializada na aquisição, desenvolvimento e venda de propriedades rurais, espera que sua estratégia de vendas antecipadas da safra 2020/21 e a venda de ativos façam com que seus resultados voltem a crescer na temporada.
No ciclo 2019/20, encerrado em junho, a companhia registrou lucro líquido de R$ 119,5 milhões, 32% menor em 2018/19 (R$ 177 milhões). O lucro antes juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda) ajustado da BrasilAgro também caiu 13,3%, para R$ 177,6 milhões, mas a receita líquida aumentou 4%, para R$ 559,1 milhões.
“Esperamos resultados operacionais e também imobiliários mais robustos em 2020/21”, afirmou André Guillaumon, presidente da BrasilAgro, ao Valor. Segundo ele, o câmbio está favorável e o aumento do número de investidores também traz mais liquidez para a companhia.
“Será um ano mais carregado de investimentos em transformação de área. Nunca tivemos uma taxa de juros tão baixa”, afirmou o executivo. “Estamos atentos e devemos investir mais neste ano em conversão de áreas e também na intensificação da produção com irrigação, por exemplo”. No exercício 2019/20, a companhia investiu R$ 34,1 milhões na transformação de áreas.
Ao longo da temporada passada, a empresa adquiriu três propriedades 33,4 mil hectares no total, na Bahia e no Piauí, a partir de aportes de R$ 25 milhões e da emissão de 5,2 milhões de ações. E vendeu quase 3,2 mil hectares de duas propriedades, na Bahia e em Mato Grosso, por R$ 84,7 milhões. Atualmente aBrasilAgro tem 11 propriedades espalhadas por Bahia, Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais, Maranhão, Piauí e Paraguai, que somam 215,3 mil hectares.
Guillaumon, também afirmou que, em 2020/21, a empresa deverá apostar uma área maior de milho safrinha em detrimento do algodão. As projeções para a safra deverão ser anunciadas com os números do primeiro semestre de 2020/21, em novembro. “Vamos ser mais agressivos nessa combinação de milho e soja”. O apetite, contudo, só deverá se converter em área semeada se as chuvas previstas para este mês se concretizarem, para que as duas culturas sejam plantadas dentro da janela climática ideal.
Em 2019/20, a companhia semeou 17,9 mil hectares e produziu 106,7 mil toneladas de milho a colheita no país alcançou o recorde de 102,5 milhões de toneladas, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Já a pluma ocupou apenas 1,7 mil hectares nas fazendas da BrasilAgro e gerou 7,5 mil toneladas na temporada passada.
Para a soja, carro-chefe da produção da companhia, a área destinada em 2019/20foi de 54,3 mil hectares, com produção de 160,4 mil toneladas. A safra brasileira chegou a 124,8 milhões de toneladas no ciclo passado, também um recorde histórico.
Fonte: Valor Econômico