Mais uma semana se encerra como as últimas no mercado brasileiro da soja: preços renovando seus recordes. Os prêmios firmes, cotações em Chicago acima dos US$ 9,00 por bushel, mas principalmente a disparada do dólar frente ao real esta semana deram ainda mais força às referências da oleaginosa no mercado nacional.
São cotações acima dos R$ 130,00 por saca no interior e nos portos do país diante de uma oferta escassa e a demanda bastante intensa. A China não tem intensificado suas compras só para a soja 2021 do Brasil, como tem também se mostrado mais presente também nas compras para a soja 2022.
Afinal, a nação asiática vem buscando se desvencilhar dos EUA já que as relações entre os dois países se mostram cada vez mais desalinhadas. E o mercado internacional reconhece isso. A necessidade maior dos chineses neste momento faz com que eles busquem o mercado norte-americano, porém, em Chicago, as cotações já não reagem a isso.
Os EUA anunciaram novas vendas para a China nesta sexta-feira que totalizaram mais de 800 mil toneladas. De acordo com o reporte diário do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) foram 405 mil toneladas de milho e mais 400 mil toneladas de soja, ambos da safra 2020/21. O boletim informa ainda a venda de mais 368 mil toneladas de soja para destinos não revelados.
Ainda assim, os futuros da oleaginosa negociados na Bolsa de Chicago fecharam o pregão desta sexta com perdas de 0,25 a 0,50 ponto nos principais contratos, levando o novembro a US$ 9,04 e o março a US$ 9,13 por bushel.
RITMO DE NEGÓCIOS NO BRASIL
Apesar de a soja disponível registrar uma semana testando preços de até R$ 135,00, R$ 136,00 por saca nos portos e chegando até aos R$ 137,00 na indústria – que disputa e já paga mais para garantir o produto no Brasil, os vendedores “sumiram”, como explica Vlamir Brandalizze. Assim, novos negócios nesta semana foram apenas pontuais, inclusive para a safra nova.
“Os produtores estão retraídos agora. Estão focados em outras coisas, no clima para o plantio e não estão interessados em vender”, explica o consultor de mercado da Brandalizze Consulting.
CLIMA NOS EUA E PRO FARMER
A estabilidade com a qual se encerra a semana para os preços da soja na Bolsa de Chicago acompanha o comportamento cauteloso do mercado observando a conclusão da nova safra dos Estados Unidos, o clima para esta fase final em todo Corn Belt e as próximas informações da demanda.
“O cenário climático nos Estados Unidos passa por um momento crítico, com recentes intempéries que danificaram extensas áreas por todo o país. Entretanto, a dimensão do impacto produtivo permanece incerto, uma vez que a grande maioria da safra norte-americana passou por um padrão extremamente favorável ao desenvolvimento desde o plantio até o começo de Agosto”, explica a consultoria ARC Mercosul em seu boletim diário desta sexta.
São esperadas chuvas melhores em alguns pontos que vêm sofrendo com a seca, como em Iowa, e o mercado espera que elas se confirmem entre o final de agsosto e o início de setembro. Para a soja, principalmente, essas precipitações deverão ser determinantes para que as lavouras consolidem seu potencial produtivo.
“A consistência da soja, em todo o Corn Belt, está fenomenal. A conclusão está nas mãos da mãe natureza. Já que ela tem o potencial de começar e parar seu desenvolvimento, o milho já não tem isso e por isso sofre um pouco mais”, afirmou o editor da Pro Farmer, Brian Grete.
A consultoria americana divulgou os números nacionais finais do tour deste ano nesta sexta-feira, com estimativas menores do que as do USDA não só para a soja, mas também e especialmente no milho.
Fonte: Noticias Agrícolas