Copom corta 0,25 p.p e Selic vai a 2,00% e abre a porta para mais reduções

corte juros selic
Facebook
Twitter
LinkedIn
Print
Email
WhatsApp

FICHA DE CONSUMO DE SUPLEMENTO MINERAL GRÁTIS

O Comitê de Política Monetária (Copom) cortou nesta quarta-feira (5), a taxa Selic em 25 pontos-base, confirmando a sinalização na última reunião do colegiado e a expectativa do mercado. A taxa básica de juros foi reduzida de 2,25% para 2,00%, renovando a mínima histórica.

A autoridade não sinalizou, no entanto, se o corte atual foi o último do ciclo de flexibilização monetária iniciada em outubro de 2016 ou se há possibilidade de mais reduções “residuais” – ou seja, de 0,25 ponto percentual – a depender do balanço risco de inflação nas próximas reuniões.

O novo corte foi justificado pelo balanço de risco simétrico, ou seja, com o mesmo risco de elevação e de desaceleração do nível de preços, com a inflação benigna neste ano e no próximo ano, quando devem ficar abaixo do centro da meta de inflação (4% em 2020 e 3,75% em 2021).

Inflação 2020

A inflação este ano corre o risco, inclusive, de fechar o ano abaixo do piso mínimo de 2,5%, de acordo com o último Boletim Focus, cuja projeção do IPCA ficou em 1,67%.

Os membros do Copom condicionaram as próximas decisões se pressões desinflacionarias mantiverem as projeções de inflação abaixo de meta. O olho do BC já está em no cumprimento da meta de 2021, pois os efeitos de uma mudança da taxa de juros levam entre 6 e 9 meses para surtir efeito na economia. No último Boletim Focus, a projeção do IPCA de 2021 é de 3%, abaixo da meta de 3,75%.

Além disso, prescreve uma política monetária acomodatícia a alta capacidade ociosa na economia e a queda da atividade econômica, apesar de haver uma recuperação desde o piso alcançado durante a pandemia em abril e a perspectiva de o tombo do PIB ser menor em 2020 do que o projetado inicialmente. O Boletim Focus prevê queda de 5,66%, contra estimativa de contração de 6,5% há quatro semanas.

O colegiado ressaltou riscos em relação à evolução da deterioração fiscal em curso, com aumento dos gastos públicos para combate à pandemia e perda de arrecadação com a derrubada da atividade econômica. A perspectiva de aumento do endividamento público adiciona uma pressão inflacionária no médio prazo, o que eleva a cautela para prosseguimento do ciclo de baixa de juros.

O Copom volta a se reunir nos dias 15 e 16 de setembro.

Copom reduz a taxa Selic para 2,00% a.a.
Em sua 232ª reunião, o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu, por unanimidade, reduzir a taxa Selic para 2,00% a.a.

A atualização do cenário básico do Copom pode ser descrita com as seguintes observações:

• No cenário externo, a pandemia da Covid-19 continua provocando a maior retração econômica global desde a Grande Depressão. Nesse contexto, apesar de alguns sinais promissores de retomada da atividade nas principais economias e de alguma moderação na volatilidade dos ativos financeiros, o ambiente para as economias emergentes segue desafiador;

• Em relação à atividade econômica brasileira, indicadores recentes sugerem uma recuperação parcial. Os setores mais diretamente afetados pelo distanciamento social permanecem deprimidos, apesar da recomposição da renda gerada pelos programas de governo. Prospectivamente, a incerteza sobre o ritmo de crescimento da economia permanece acima da usual, sobretudo para o período a partir do final deste ano, concomitantemente ao esperado arrefecimento dos efeitos dos auxílios emergenciais;

• O Comitê avalia que diversas medidas de inflação subjacente permanecem abaixo dos níveis compatíveis com o cumprimento da meta para a inflação no horizonte relevante para a política monetária;

• As expectativas de inflação para 2020, 2021 e 2022 apuradas pela pesquisa Focus encontram-se em torno de 1,6%, 3,0% e 3,5%, respectivamente;

• No cenário híbrido, com trajetória para a taxa de juros extraída da pesquisa Focus e taxa de câmbio constante a R$5,20/US$, as projeções de inflação do Copom situam-se em torno de 1,9% para 2020, 3,0% para 2021 e 3,4% para 2022. Esse cenário supõe trajetória de juros que encerra 2020 em 2,00% a.a. e se eleva até 3,00% a.a. em 2021 e 5,00% a.a. em 2022.

O Comitê ressalta que, em seu cenário básico para a inflação, permanecem fatores de risco em ambas as direções.

Por um lado, o nível de ociosidade pode produzir trajetória de inflação abaixo do esperado. Esse risco se intensifica caso uma reversão mais lenta dos efeitos da pandemia prolongue o ambiente de elevada incerteza e de aumento da poupança precaucional.

Por outro lado, políticas fiscais de resposta à pandemia que piorem a trajetória fiscal do país de forma prolongada, ou frustrações em relação à continuidade das reformas, podem elevar os prêmios de risco.

Adicionalmente, os diversos programas de estímulo creditício e de recomposição de renda, implementados no combate à pandemia, podem fazer com que a redução da demanda agregada seja menor do que a estimada, adicionando uma assimetria ao balanço de riscos. Esse conjunto de fatores implica, potencialmente, uma trajetória para a inflação acima do projetado no horizonte relevante para a política monetária.

O Copom avalia que perseverar no processo de reformas e ajustes necessários na economia brasileira é essencial para permitir a recuperação sustentável da economia.

O Comitê ressalta, ainda, que questionamentos sobre a continuidade das reformas e alterações de caráter permanente no processo de ajuste das contas públicas podem elevar a taxa de juros estrutural da economia.

Considerando o cenário básico, o balanço de riscos e o amplo conjunto de informações disponíveis, o Copom decidiu, por unanimidade, reduzir a taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual, para 2,00% a.a. O Comitê entende que essa decisão reflete seu cenário básico e um balanço de riscos de variância maior do que a usual para a inflação prospectiva e é compatível com a convergência da inflação para a meta no horizonte relevante, que inclui o ano-calendário de 2021 e, em grau menor, o de 2022.

O Copom entende que a conjuntura econômica continua a prescrever estímulo monetário extraordinariamente elevado, mas reconhece que, devido a questões prudenciais e de estabilidade financeira, o espaço remanescente para utilização da política monetária, se houver, deve ser pequeno. Consequentemente, eventuais ajustes futuros no atual grau de estímulo ocorreriam com gradualismo adicional e dependerão da percepção sobre a trajetória fiscal, assim como de novas informações que alterem a atual avaliação do Copom sobre a inflação prospectiva.

Apesar de uma assimetria em seu balanço dos riscos, o Copom não antevê reduções no grau de estímulo monetário, a menos que as expectativas de inflação, assim como as projeções de inflação de seu cenário básico, estejam suficientemente próximas da meta de inflação para o horizonte relevante de política monetária, que atualmente inclui o ano-calendário de 2021 e, em grau menor, o de 2022. Essa intenção é condicional à manutenção do atual regime fiscal e à ancoragem das expectativas de inflação de longo prazo.

Votaram por essa decisão os seguintes membros do Comitê: Roberto Oliveira Campos Neto (presidente), Bruno Serra Fernandes, Carolina de Assis Barros, Fabio Kanczuk, Fernanda Feitosa Nechio, João Manoel Pinho de Mello, Maurício Costa de Moura, Otávio Ribeiro Damaso e Paulo Sérgio Neves de Souza.

Fonte: Investing.com

Facebook
Twitter
LinkedIn
Print
Email
WhatsApp

Autor

Artigos Relacionados

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *