Frigoríficos enfrentam dificuldades para sustentar o atendimento das escalas em sete dias, na média nacional, o que reforça as chances de novas valorizações no curto e médio prazos
O mercado físico do boi gordo segue com tendência de alta nas praças brasileiras, motivada pelo movimento consistente do varejo doméstico nas últimas semanas e pelo elevado volume de exportações de carne bovina, além da redução na oferta de animais terminados.
“A entressafra tem causado queda severa na disponibilidade de boiadas gordas, o que vem ajudado a elevar os preços da arroba, que já superam os níveis registrados no início do ano”.
Na primeira semana de setembro/24, o indicador Cepea (praça paulista, preço à vista) fechou com valor médio de R$ 243,30/@, o que significou alta de 2,03% no comparativo semanal.
No mesmo intervalo de comparação, o indicador Agrifatto (baseado nas cotações em 17 regiões brasileiras) fechou a semana em R$ 245,12, com avanço de 2,08%.
Por sua vez, os frigoríficos, diz a Agrifatto, estão preocupados com possíveis recuos nas programações, e enfrentam dificuldades para sustentar o atendimento das escalas em sete dias, na média nacional.
“Isso abre margem para continuidade do movimento de valorização do animal terminado no curto e médio prazos”, acreditam os analistas da Agrifatto.
Pelos dados da consultoria, nesta segunda-feira (9/9), o preço do boi gordo em São Paulo permaneceu em R$ 250/@ (média entre boi “comum” e “boi-China). Nas outras 16 regiões, o valor médio se manteve em R$ 232,50/@. “Todas as 17 praças acompanhadas permaneceram com os preços estáveis”, destaca a Agrifatto.
Segundo apurou a Scot Consultoria, o mercado paulista abriu a semana com aumento na procura por novilhas gordas, o que resultou em valorização diária de R$ 2/@, agora negociada por R$ 237/@.
Para as demais categorias, os preços de São Paulo seguiram estáveis na comparação com a última sexta-feira (6/9). Dessa forma, diz a Scot, o boi gordo está valendo R$ 245/@, a vaca é negociada por R$ 220/@ e o “boi-China” está apregoado em R$ 250/@ (preços brutos, a prazo).
Boi de cocho
A falta de chuvas secou a oferta de animais criados a pasto, tornando os animais terminados em sistema intensivo essenciais para atender à demanda da indústria.
Nesse contexto, afirmam os analistas da Scot, vale a pena analisar o comportamento da relação do boi gordo frente ao milho, um dos principais ingredientes da dieta em confinamento.
“Observando os preços futuros, a relação de troca está favorável para os meses de setembro e outubro deste ano, em 4 sacas/arroba, 0,27 ponto percentual acima da média histórica (3,73 sacas/@), o que incentiva o confinamento neste momento”, destaca a consultoria
Futuros também sobem
Na última sexta-feira (6/9), a B3 vivenciou um dia de valorizações nos contratos do boi gordo. O papel com vencimento em janeiro/25 fechou a semana cotado em R$ 264,75/@, com acréscimo de 0,82% em relação ao dia anterior.
Por sua vez, o contrato com entrega em setembro/24 encerrou o pregão valendo R$ 250,70/2, com alta diária de 1,09%.
“A positividade do físico refletiu no futuro”, destaca a Agrifatto, acrescentando que, na comparação semanal, o contrato com vencimento em outubro/24 (papel mais negociado) avançou R$ 5,70/arroba na última sexta-feira para R$ 257,70/@, em relação à sexta-feira anterior.
Foi o maior patamar deste contrato neste ano. Além disso, os contratos com vencimento em novembro/24 e dezembro/24 mantiveram a tendência de alta, fechando a sexta-feira cotados em R$ 261,85/@ e R$ 263,70/@, respectivamente.
“O tão aguardado segundo semestre tem correspondido às expectativas positivas dos pecuaristas”, ressalta a Agrifatto.
Boas saídas no varejo/atacado
Com açougues, casas de carne e redes varejistas lotados, as vendas ao consumidor final foram consideradas satisfatórias no final de semana, em São Paulo, informa a Agrifatto.
Da mesma forma, as distribuições no atacado, realizadas entre sexta-feira (6/9) e segunda-feira (9/9), foram boas, acrescenta a consultoria.
“As movimentações no interior do Estado e na região Nordeste do País também seguiram a mesma toada observada praça paulista”, relata a Agrifatto.
Diante disso, continua a consultoria, espera-se, que, de modo geral, os pedidos de reposição de estoques no varejo sejam bastante consistentes no curto prazo.
“Graças a um escoamento eficiente, todas as mercadorias que chegaram aos pontos de distribuição dentro do programado, ou até mesmo antes, foram rapidamente descarregadas”, ressaltam os analistas.
Em contraste com a semana anterior, neste momento, não há demanda por nenhum produto para reforço de estoques por parte dos atacadistas.
“Esses fatores indicam que o mercado está fluindo naturalmente, com expectativa de melhora durante a segunda semana de setembro, alavancado pelo embolso dos salários e benefícios sociais de agosto/24”, observa a Agrifatto.
Preços dos animais terminados apurados pela Agrifatto nesta segunda-feira (9/9):
São Paulo — O “boi comum” vale R$245,00 a arroba. O “boi China”, R$255,00. Média de R$250,00. Vaca a R$225,00. Novilha a R$235,00. Escalas de abates de dez dias;
Minas Gerais — O “boi comum” vale R$235,00 a arroba. O “boi China”, R$245,00. Média de R$240,00. Vaca a R$220,00. Novilha a R$230,00. Escalas de abate de sete dias;
Mato Grosso do Sul — O “boi comum” vale R$255,00 a arroba. O “boi China”, R$255,00. Média de R$255,00. Vaca a R$230,00. Novilha a R$235,00. Escalas de cinco dias; Mato Grosso — O “boi comum” vale R$220,00 a arroba. O “boi China”, R$220,00. Média de R$220,00. Vaca a R$200,00. Novilha a R$205,00. Escalas de abate de sete dias;
Tocantins — O “boi comum” vale R$220,00 a arroba. O “boi China”, R$230,00. Média de R$225,00. Vaca a R$205,00. Novilha a R$210,00. Escalas de abate de seis dias;
Pará — O “boi comum” vale R$220,00 a arroba. O “boi China”, R$230,00. Média de R$225,00. Vaca a R$205,00. Novilha a R$210,00. Escalas de abate de nove dias; Goiás — O “boi comum” vale R$235,00 a arroba. O “boi China/Europa”, R$245,00. Média de R$240,00. Vaca a R$220,00. Novilha a R$230,00. Escalas de abate de sete dias;
Rondônia — O boi vale R$205,00 a arroba. Vaca a R$190,00. Novilha a R$190,00. Escalas de abate de nove dias;
Maranhão O boi vale R$215,00 por arroba. Vaca a R$190,00. Novilha a R$195,00. Escalas de abate de sete dias;
Paraná — O boi vale R$255,00 por arroba. Vaca a R$230,00. Novilha a R$235,00. Escalas de abate de cinco dias.
Fonte: Portal DBO