Mercado segue de olho no plantio norte-americano, que chega a 8% da área projetada, com condições favoráveis, de acordo com o USDA
O câmbio e a Bolsa de Chicago tiveram movimentos favoráveis aos produtores de soja na última semana. Confira, abaixo, o resumo dos principais fatos que impactaram o mercado nos últimos dias e a análise da plataforma Grão Direto sobre o que está por vir.
Como foi a semana da soja
Demanda norte-americana continua fraca: as vendas semanais para exportação mais uma vez vieram fracas (210,9 mil toneladas), e abaixo das expectativas (300 a 600 mil toneladas).
Exportações recordes no Brasil: os embarques de soja alcançaram números históricos para o mês de abril e para o acumulado de 2024, ultrapassando a marca de 10 milhões de toneladas em apenas 15 dias úteis.
Dólar em queda temporária: apesar do cenário de cautela nos Estados Unidos, Brasil e Oriente Médio, o dólar teve uma semana de queda no mundo. No Brasil, ele permaneceu em níveis acima de R$ 5,10.
Contratos futuros: em Chicago, o contrato de soja para maio de 2024 encerrou a U$11,59 o bushel (+0,78%). Já o de julho a U$11,77 o bushel (+1,03%). Apesar da queda de 1,54% no dólar, o mercado físico da soja teve pouca alteração, principalmente pela alta de Chicago e dos prêmios.
O que esperar do mercado?
Clima nos Estados Unidos: o mercado deve continuar atento ao clima no Meio-Oeste dos Estados Unidos para determinar a continuidade das atividades no campo. As previsões indicam um aumento da intensidade das chuvas nos próximos sete dias em praticamente todo o cinturão agrícola.
Caso aconteça, poderá provocar diminuição no ritmo de plantio, podendo impulsionar as cotações de Chicago.
Safra 2023/24 norte-americana: o plantio norte-americano segue em desenvolvimento, chegando a 8% da área projetada, com condições favoráveis, de acordo com o USDA. Esse número está acima da média dos últimos 5 anos e igual ao do ano passado. Se esse ritmo persistir, é possível esperar uma evolução acima de 80% até o final do mês.
Soja brasileira: a atratividade da soja brasileira continua forte no mercado internacional. Esse fato é confirmado pelo reporte de volume exportado que, por sua vez, está elevando os prêmios de exportação. Os primeiros meses deste ano estão tendo recorde nas exportações da oleaginosa, principalmente para a China.
Exportações recordes: os primeiros meses deste ano têm sido caracterizados por volumes significativos de exportação de soja brasileira, principalmente para a China. É esperado que abril encerre com volumes próximos a 15 milhões de toneladas, totalizando aproximadamente 37 milhões de toneladas até agora.
“Esse cenário destaca a atratividade da soja brasileira em comparação com a soja norte-americana”, diz a plataforma.
Dólar em alta: a moeda dos Estados Unidos pode retomar sua trajetória de valorização, com os investidores atentos a três pontos principais: a perspectiva de taxas de juros mais altas por um período prolongado nos EUA, a deterioração da percepção do risco fiscal no Brasil e a cautela diante do conflito no Oriente Médio.
Considerando os cenários apresentados, a Grão Direto acredita que as cotações em Chicago mantenham sua tendência de valorização, aproximando-se do nível de US$ 12,00 por bushel.
“Essa tendência pode influenciar os preços da soja brasileira, proporcionando oportunidades favoráveis para negociações”, ressalta a empresa.
Fonte: Canal Rural