O patamar positivo de preços da arroba bovina no mercado futuro indica que, atualmente, o cenário é favorável para que o pecuarista faça aquisições de bois magros para engordá-los em sistema de confinamento quando os animais são alimentados com ração.
“A atual relação entre os preços do boi magro e os ajustes do contrato julho/24 negociado na B3 (período de um ciclo de confinamento) sinaliza um bom momento para as compras de novos lotes dessa categoria de animal”, afirmou o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) nesta quinta-feira (18/4).
A consultoria Agrifatto ressaltou em nota que, no mercado futuro, o contrato do boi gordo com vencimento para maio/24 encerrou a quarta-feira (17/4) com avanço de 0,21% na B3, para R$ 236,20 por arroba.
Somente o vencimento de curto prazo, para abril/24, passou por uma correção técnica depois de outras sessões em alta e caiu 0,53%, para R$ 234,40 por arroba.
Quanto ao boi magro, na avaliação do Cepea, os valores têm caído de março a maio justificados pela demanda relativamente baixa entre produtores rurais que ainda não concluíram o planejamento de suas operações do segundo semestre. Este cenário é inverso ao que acontecia até o início desta década.
Vale lembrar que o boi magro representa cerca de 60% do custo de produção em confinamento, daí a necessidade de se planejar com antecedência. Os outros insumos relevantes nas despesas são os da alimentação, como milho e o farelo de soja, que também estão em um patamar menor de preços.
Mercado físico
A combinação de um bom volume de chuvas benéficas para os pastos e relatos de maior dificuldade em encontrar fêmeas está dando suporte para as cotações da arroba bovina no mercado físico.
Segundo a Agrifatto, o Estado que apresentou a maior força nos últimos dias foi São Paulo, onde o boi gordo já emplacou alta de 1,4% no comparativo semanal e é negociado a R$ 232,60 por arroba, o maior patamar desde o dia 28 de fevereiro.
“Ainda assim, as escalas de abate permanecem em um nível confortável para as indústrias em grande parte do país, se mantendo em nove dias”, disse a consultoria.
Na quarta-feira, porém, o indicador do Cepea/B3 passou por uma correção e caiu 0,69%, para R$ 229,20 por arroba.
Mercado externo
A valorização do dólar frente ao real melhorou a competitividade da carne bovina brasileira para exportação, “o que abre espaço para maiores vendas aos chineses e outros países”, destacou a Agrifatto.
A China é a principal compradora da proteína do Brasil e os dados da economia do país asiático superaram a expectativa do mercado no primeiro trimestre deste ano. Os chineses cresceram 5,3% em comparação com o mesmo período do ano passado.
“Ainda assim, os relatos dos operadores do mercado da carne bovina não são os melhores, já que as tentativas de compra de dianteiro por parte dos chineses continuam próximos dos US$ 4.200 por tonelada, um dos menores níveis da história recente”, disse a consultoria.
Os preços da tonelada exportada estão em queda, mas os volumes avançam e a recente rodada de habilitações de frigoríficos brasileiros para embarcar carnes há China, que contemplou 38 unidades sendo a maioria de bovinos, deve elevar a quantidade de proteína que será enviada ao país neste ano.
Fonte: Globo Rural.