Problemas na produtividade são reflexo dos efeitos do El Niño sob o clima no Brasil
O início da colheita da safra de soja 2023/24 no Brasil mantém em aberto qual será o tamanho da produção neste ciclo, que teve seu desenvolvimento prejudicado pelo clima adverso em algumas regiões.
Após o início do plantio, em meados de setembro do ano passado, a influência do El Niño sob o clima encadeou a onda de calor que castigou partes do Centro-Oeste e Norte, e a combinação de chuvas irregulares, minando o potencial de produção de soja no país.
Dentre tantas perguntas, uma certeza. O Brasil, que é o maior exportador mundial, terá mesmo uma quebra de safra, ou seja, deixará de produzir aquilo que se esperava inicialmente. Se antes, o potencial de produção passava das 160 milhões de toneladas, agora, a colheita deve ser de 155,7 milhões, segundo o dado mais recente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Algumas das principais consultorias do Brasil apostam até que o país não conseguirá ofertar o volume recorde de soja do ciclo 2022/23, de 154,6 milhões de toneladas. A Pátria Agronegócios, por exemplo, prevê uma produção de 143,18 milhões de toneladas.
A Associação dos Produtores de Soja do Brasil (Aprosoja Brasil) está mais pessimista e estimou o menor volume até agora apresentado ao mercado, com 135 milhões de toneladas. A entidade, inclusive, criticou projeções muito acima desse patamar, e afirmou que elas “não condizem com a realidade e têm provocado uma tendência de baixa nos preços”.
Efeitos nas cotações da soja
De fato, as cotações estão em uma tendência de queda observada desde o final do ano passado. Na bolsa de Chicago, que é uma das principais referências para a formação de preço no Brasil, o recuo neste mês já chega a 6,14%, mostram cálculos do Valor Data.
O clima, que outrora pesou para as altas de preço, agora favorece o recuo deles. Isso porque as chuvas do final de dezembro de 2023 e começo de janeiro amenizaram as preocupações com as perdas.
O que esperar da safra de soja neste ano?
O clima ainda seguirá no centro das atenções de agentes de mercado e dos produtores brasileiros. Nesse período de colheita no Brasil, uma quantidade expressiva de chuvas pode não só prejudicar o andamento dos trabalhos, mas também interferir na qualidade da soja produzida.
Também é importante acompanhar os rendimentos das primeiras lavouras colhidas. Em Mato Grosso, maior produtor nacional, os relatos até o momento não são bons.
Por outro lado, há um certo otimismo com a safra no Rio Grande do Sul, que neste ciclo poderá voltar a ocupar o segundo lugar no ranking de produção nacional, após os problemas com a seca na safra passada.
O Estado recém finalizou o plantio de soja, e diante de condições de clima ideais, pode colher 21,8 milhões de toneladas, alta de 68% se comparado com a safra 2022/23.
Fonte: Globo Rural
Clique em Saiba Mais para Acessar a Planilha Custo de Produção do Bezerro (IATF a Desmama)