Setor e indústria extrativa ajudaram a garantir o resultado da balança comercial brasileira, que deve ter saldo recorde em 2023
Num cenário de queda de preços das exportações, o aumento no volume exportado da agropecuária e da indústria extrativa ajudaram a garantir o resultado da balança comercial brasileira, que deve ter saldo recorde em 2023, aponta o boletim do Indicador de Comércio Exterior (Icomex) divulgado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre).
No acumulado até novembro, a quantidade embarcada em produtos agropecuários subiu 25% contra iguais meses de 2022. Na mesma comparação, o volume da indústria extrativa aumentou 18,8%. O superávit da balança comercial de novembro foi de US$ 8,8 bilhões, o que leva a um saldo de US$ 89,5 bilhões no acumulado do ano até novembro. Independente do resultado de dezembro, diz o boletim, o valor já alcança o maior superávit na série histórica anual da balança comercial.
Tanto nos embarques da agropecuária quanto na da indústria extrativa o aumento de quantidade neutralizou o efeito da queda média de preços de exportação, que caíram 10,8% e 13,3%, respectivamente. A combinação de volume e preço levou a alta de 10,7% no valor exportado pelo setor agropecuário e de 2,6% na indústria extrativa, sempre considerando o acumulado até novembro. Na mesma comparação e olhando para a venda total brasileira, a receita de exportação cresceu 1%, com aumento de 8,7% em quantidade e queda de 7% nos preços médios.
A evolução das importações também propiciou o superávit em 2023. O valor total em compras caiu 11,8% de janeiro a novembro deste ano em relação a iguais meses de 2022. No mesmo critério o volume de importações caiu 2,4%, e os preços médios, 9,5%.
Além disso, aponta o boletim do Icomex, contrariando expectativas desfavoráveis em relação ao comércio com os principais parceiros, o Brasil elevou o superávit com a China e a Argentina e reduziu o déficit com os EUA.
O saldo do comércio sino-brasileiro saltou de US$ 27,2 bilhões para US$ 46,8 bilhões de janeiro a novembro de 2022 para iguais meses deste ano. No mesmo período, o superávit com a Argentina avançou de US$ 2,3 bilhões para US$ 4,8 bilhões e o déficit com os americanos caiu de US$ 13,6 bilhões para US$ 1,6 bilhão. A China explicou 52,3% do superávit de US$ 89,5 bilhões da balança do Brasil no acumulado do ano até novembro.
As más notícias ficaram com a indústria de transformação, que manteve a tendência de queda da participação dessa atividade nas exportações totais, indo de 55,6% para 53,1% na passagem de janeiro a novembro de 2022 para igual período em 2023. As vendas externas dessa indústria caíram em 2023 em volume e preços. De janeiro a novembro o valor exportado pela indústria de transformação caiu 3,6%, com queda de 1,3% em volume e 2,3% em preços, segundo o Icomex .
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Fonte: Globo Rural