Próximo ano pode ser de estabilização na porcentagem de vacas enviadas para abate
Após um 2023 marcado pelo ciclo de alta na pecuária, com ampla oferta de gado que derrubou os preços da arroba, 2024 pode vir com um pouco mais de estabilidade e menor espaço para quedas intensas nas cotações do boi gordo.
“O próximo ano pode ser de estabilização na porcentagem de vacas enviadas para abate, apesar de ser um volume ainda grande. Isso impede quedas mais severas de preço”, disse João Pedro Lopes, analista de inteligência de mercado da StoneX, durante evento nesta terça-feira (17/10).
A reversão de ciclo, com retenção de fêmeas e aumento nos valores da arroba, é prevista somente para o início de 2025, tomando como base o último ciclo pecuário que durou cinco anos.
Atualmente, o indicador do boi gordo Cepea/B3 mostra que os preços do animal conseguiram se recuperar, ultrapassando os R$ 240 por arroba.
No entanto, este índice já tocou a mínima de R$ 196,35 em setembro, e a máxima de R$ 302 em fevereiro, quando a questão da oferta ainda não afetava tanto o mercado.
Lopes destacou, porém, que outros fatores ainda pesam sobre as cotações da arroba, além da grande disponibilidade de animais para abate.
“Os importadores chineses pagando menos pela carne bovina brasileira; a carne bovina no mercado doméstico ainda pouco competitiva em comparação com outras proteínas”, exemplificou.
Entretanto, ele espera que as exportações da carne tenham bons volumes neste fim de ano, com a China se preparando para o Ano Novo Lunar. Soma-se a isso o período de festas, que ajuda a escoar a proteína no mercado interno, jogando a favor dos preços do boi.
“Há também indícios de que menos animais foram confinados no segundo giro de confinamento”, disse Lopes, sobre outro fator que ajusta a oferta.
Fonte: Globo Rural