Está bem documentado que alimentar bezerros pré-desmamados com um plano nutricional mais elevado melhora a saúde e o desempenho do animal e até aumenta a produção de leite na primeira lactação.

Agora, um grupo de pesquisadores canadenses produziu evidências de que fornecer mais nutrientes aos bezerros também pode promover a cicatrização de feridas.

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Em um estudo publicado recentemente no Journal of Dairy Science, pesquisadores da Universidade de Guelph, Ontário, Canadá, avaliaram o processo de cicatrização após a descorna com ferro quente. Eles procuraram comparar a velocidade de cicatrização entre bezerros alimentados com uma ração líquida limitada (até 6 litros de sucedâneo do leite por dia) e uma dieta “biologicamente normal” (até 15 litros de sucedâneo do leite por dia).

Um total de 80 bezerros Holandeses foram incluídos no estudo, com aproximadamente metade da população inscrita em cada grupo de alimentação. A descorna ocorreu entre 18 e 30 dias de idade, e os resultados de cicatrização foram medidos até os 77 dias de idade.

Todos os bezerros, independentemente do grupo de tratamento, receberam um bloqueio do nervo corneano com lidocaína e um anti-inflamatório não esteróide antes da descorna. Os bezerros foram alimentados por meio de um sistema CalfRail automatizado e receberam suas respectivas porções nutricionais ao longo de 5 refeições por dia.

A principal autora do estudo, Cassandra Reedman, disse que a nutrição e a cura têm sido associadas na medicina humana, já que a desnutrição demonstrou impedir a cicatrização de feridas. Neste estudo, vários fatores apontaram para uma relação semelhante entre os níveis de nutrição e a resolução de feridas de descorna, incluindo:

• Cicatrização de feridas – Os bezerros que receberam quantidades maiores de sucedâneo do leite tiveram feridas com diâmetro menor do que o grupo de alimentação limitada, começando 4 semanas após a cauterização. A profundidade da ferida também foi comparativamente menor para o grupo de alimentação superior, começando 2 semanas após a cauterização.
   
• Recrescimento de tecido saudável – Ao longo da fase pós-cauterização, o crescimento de tecido saudável (epitélio) ocorreu 3,9 vezes mais frequentemente nos bezerros alimentados com plano nutricional superior.
   
• Comportamento de deitar – Os bezerros alimentados com mais sucedâneos do leite tiveram níveis de atividade significativamente mais altos. Eles tiveram períodos diários de deitar menores, menos períodos de deitar durante o dia e maior duração da deitada em comparação com o grupo de alimentação limitada.

Os pesquisadores também mediram a sensibilidade da ferida usando o método do limiar nociceptivo mecânico (MNT). A MNT mede a resposta comportamental dos bezerros quando a pressão é aplicada na área da ferida.

Bezerros alimentados com mais nutrientes apresentaram maior sensibilidade à dor durante todo o processo de cicatrização. Os autores teorizaram que esse resultado pode ser devido ao tempo de cicatrização mais rápido desses animais, que colocam as feridas em um estágio mais sensível durante o período do estudo. Ou, seu nível de atividade mais alto pode simplesmente tê-los tornado mais capazes de responder ao teste.

Reedman disse que uma descoberta geral interessante foi que o período de resolução total para feridas de remoção é bastante longo – 8 semanas ou mais após a cauterização.

Apenas 12% das feridas atingiram a cicatrização total no final do estudo (7-8 semanas após a cauterização). A probabilidade de bezerros começarem a formar tecido epitelial em ambas as feridas (embora não necessariamente cicatrizando totalmente) foi mais que o dobro (134%) para bezerros no programa de alimentação mais abundante.

Fonte:  Dairy Herd Management, traduzidas e adaptadas pela equipe MilkPoint.