No balcão de queijos premium dos empórios sofisticados, os produtos de Minas Gerais hoje competem lado a lado com os europeus. Muitos são melhores, mais artesanais e mais autorais.
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É o que prova o concurso realizado no País de Gales no mês passado, que premiou com super ouro, ouro, prata e bronze os produtos de três laticínios do Estado. O World Cheese Awards acontece desde 2016, é um concurso itinerante e, neste ano, avaliou mais de quatro mil produtos provenientes de 40 países.
Não é a primeira vez que os queijos de Minas brilham no mundo. Nos últimos anos têm colecionado medalhas e, por isso, há uma campanha para que sejam reconhecidos pela Unesco como patrimônio imaterial da humanidade. “Não temos ainda números sobre quanto o queijo artesanal representa na economia do Estado, mas atualmente são produzidas mais de 40 mil toneladas de Minas artesanal por ano e nossa estimativa é que 30 mil famílias vivem disso”, diz Gilson de Assis Sales, superintendente de abastecimento e cooperativismo da Secretaria de Estado da Agricultura.
No concurso, um dos premiados foi o Serra das Antas, que levou super ouro, prata e bronze. É um laticínio antigo, que já existia antes do nome ser oficializado em 1997 e que começou elaborando o chevre d’or de forma caseira. Hoje, entre queijos de cabra e vaca produz 800 kg por dia e distribui nas grandes redes.
O proprietário, Airton Gianese da Costa conta que a produção de queijos finos no Brasil é muito antiga, mas apenas dos mais tradicionais como brie e camembert. “Não havia cultura de queijos mais elaborados e isso se intensificou nos últimos dez anos. Os queijos eram mais lights para que o consumidor brasileiro não sentisse tanta rejeição a esses queijos com mofo, de cheiro forte.”
Atualmente, no Serra das Antas existem mais de 30 receitas de queijos entre cabra e vaca. O principal mercado é São Paulo, onde os produtos são vendidos das grandes redes às butiques. “No Brasil a cultura do queijo de cabra ainda é pequena e nossa produção com leite de vaca é de quatro a cinco vezes maior”, diz Costa. Entre as vendas do Serra das Antas, mais de 60% são para restaurantes e os restantes 40% direto ao consumidor.
Segundo Costa, as ações de fomento da produção da Secretaria de Estado da Agricultura são insuficientes. “A gente não nota nenhuma vontade do serviço de inspeção para favorecer os produtores artesanais. Tenho as mesmas cobranças das grandes marcas, a mesma carga tributária, e não tenho a mesma estrutura nem o mesmo faturamento. A gente só consegue sobreviver porque produz para nichos. Se eu fosse fazer muçarela e frescal já teria fechado faz tempo.”
Produzir essas duas variedades foi o caminho inicial do Laticínios Paiolzinho, de Cruzília, que ganhou ouro com o queijo azul da Mantiqueira. É uma empresa familiar com 25 anos de história, que começou fazendo leite de saquinho, o que em Minas se chama “barriga mole”, num pequeno sítio. Depois foram para os queijos e, com o tempo, mudaram de patamar e sofisticaram a produção. Agora fazem 110 toneladas de queijo por mês, de nove variedades, além de manteiga e iogurte.
“Resolvemos estudar e resgatar a história queijeira de Cruzília, onde os imigrantes dinamarqueses abriram as primeiras queijarias”, conta Anderson Maciel, gerente do Paiolzinho, que se dedica especialmente a queijos maturados como gorgonzola e parmesão, apesar de ter até clássicos como o gouda na linha de produção.
O Paiolzinho está terminando uma obra de ampliação na qual investiu R$ 2,5 milhões. Com mais capacidade, a expectativa é crescer por volta de 30% em 2023. Mas além do desafio tributário, a distribuição fora do Estado, muitas vezes, é um problema. E o maior mercado consumidor está fora de Minas. “Estamos numa fase de mudança do modelo de comercialização, tirando os distribuidores e criando representações nos Estados importantes ”, diz Maciel.
As informações são do Valor Econômico