Os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago continuam subindo e intensificando seus ganhos na tarde desta quinta-feira (3). Perto de 13h40 (horário de Brasília), as cotações subiam de 55,75 a 45,50 pontos nas posições mais negociadas, com novembro já superando os US$ 14,00 e sendo cotado a US$ 14,15 por bushel. O janeiro tinha US$ 14,23 e o março, US$ 14,22 por bushel.
No mesmo momento, o dólar apresentava uma queda de 1,3% frente ao real, voltando aos R$ 5,21. No dólar index, a baixa era de 0,6%.
O combustível para o bom avanço do grão vem de altas fortes que se apresentam também para o farelo de soja na CBOT nesta quinta. Na tarde de hoje, o contrato dezembro – que é o mais negociado agora para o derivado – tinha ganho de mais de 5% para ser cotado a US$ 419,50 por tonelada curta. As demais posições também sobem mais de 5%, de olho em fundamentos bastante fortes.
“Os produtores na Argentina continuam segurando o grão. O novo superministro da Economia não anunciou mudanças nas retenciones, o que vinha sendo esperado pelos produtores”, explica o analista de mercado Eduardo Vanin, da Agrinvest Commodities.
Além da Argentina, atenção também às ineficiências logísticas nos EUA. Ainda de acordo com Vanin, faltam vagões no país, o abastecimento está comprometido e o momento é também estímulo ao avanço das cotações do derivado, especialmente em Chicago.
CLIMA NOS EUA
Além da nova disparada do farelo, o modelo climático norte-americano – GFS – voltou a mostrar menos chuvas para o Corn Belt, em especial nas porções mais a norte e oeste do cinturão, além de mais calor, o que também vem dando espaço para as altas da soja grão.
“O mercado está precificando reduções de produtividade no relatório de oferta e demanda do USDA de agosto, na semana que vem. Se o clima continuar quente e seco para a segunda quinzena de agosto, o USDA também terá que cortar a produtividade em setembro”, afirma ainda a Agrinvest.
Os mapas abaixo, do NOAA – o serviço oficial de clima dos EUA -, mostram as chuvas previstas para os períodos dos próximos cinco e sete dias, e em ambos a concentração é maior, de fato, mais a leste dos EUA, em estados como Illinois, Indiana, Ohio, Wisconsin e Kentucky.
“A volatilidade que vemos hoje está sendo atribuída às “tendências” de seca para as regiões produtoras dos EUA, já que este mês é decisivo para a produtividade das commodities, pois as plantas estão atingindo a maturidade”, afirma o diretor geral do Grupo Labhoro, Ginaldo Sousa.
E ele volta a afirmar da necessidade de se monitorar a divergência entre os modelos climáticos.
“Os modelos GFS e Europeu continuam conflitando nas suas previsões. O GFS prevê clima seco para todas as planícies oeste, Minnesota, grande parte de Wisconsin, Michigan, Iowa, centro e norte de Illinois, norte do Missouri, grande parte do Arkansas e da Louisiana.
Entretanto, o modelo Europeu entra em conflito indicando chuvas leves para o sudeste da Dakota do Sul, sul de Minnesota, norte de Iowa e todo o estado de Wisconsin”, diz Sousa.
Fonte: Noticias Agrícolas