O aumento dos custos de alimentação, as altas da arroba e a valorização dos animais de reposição deixaram o giro do confinamento ainda mais desafiador para os produtores neste ano
Para conseguir melhorar a margem de lucro, é fundamental estar atento ao principal insumo de produção: o boi. Ele corresponde a 80% do custo total de produção e comprar bem faz toda a diferença no resultado final. Comprar bem, ao contrário do que muitos pensam, não é adquirir de forma barata, mas sim buscar o animal que forneça o melhor retorno.
Embora cada produtor possa conseguir um tipo de negociação com o fornecedor, de acordo com o volume de compra, formas de pagamento e poder de barganha, uma das estratégias para não ficar à mercê apenas de questões de mercado é investir no controle de variáveis internas, permitindo um melhor aproveitamento das oportunidades de reposição. Uma delas é a originação.
Analisando o banco de dados da GA+Intergado no período de 2019 a 2021, foi possível identificar, numa base de 10 mil animais com peso de entrada entre 300kg e 600kg, a origem dos lotes que deixaram melhores resultados de desempenho zootécnico e econômico. Na análise foi feita uma correlação do valor de entrada (custo de compra) com diferentes indicadores de resultado como peso do animal na entrada do confinamento, @ produzidas, eficiência biológica, ganho médio diário e lucro. Entre os achados, verificou-se que não há um padrão de características que entregue o melhor resultado, mas em todos os cenários avaliados, os animais mais baratos foram os que deixaram os menores resultados zootécnicos.
“Um dos segredos é comprar bem, e isso não significa comprar barato. Como só é possível avaliar o desempenho do animal depois que ele é colocado para dentro da fazenda, para selecioná-los melhor, é fundamental poder avaliar os fornecedores. Por isso, é tão importante individualizar o contrato e seus dados. Para fazer boas compras de reposição, é preciso avaliar muito bem os fornecedores e lançar o contrato separado, assim como todos os custos associados à aquisição do animal, como comissão, frete e valor do animal. No momento em que se tem acesso ao custo real do animal e do seu desempenho dentro do sistema produtivo, é possível saber quais lotes entregaram a melhor rentabilidade relacionar essa informação ao fornecedor. A gente consegue, com isso, avaliar quais fornecedores entregam os melhores animais, os mais rentáveis, bem como a homogeneidade dos lotes entregues. Assim, o confinador tem maior previsibilidade de resultados futuros dos próximos lotes a serem adquiridos, e o preço justo a ser pago pelos animais” pontua Marcelo Ribas, fundador da Intergado e vice-presidente da GA+Intergado.
Os resultados da pesquisa apontam, também, que pecuaristas com uma gestão de alta maturidade podem antecipar-se frente às oscilações do mercado e às oportunidades. São gestores que conseguiram melhores negociações para compra da reposição, demonstrando que quanto mais informações são analisadas (fornecedor, previsibilidade, preço de mercado, etc.), melhores negócios são realizados.
A evolução na gestão da propriedade exige determinação. Números do levantamento apontam que apenas 47% dos clientes adotam o contrato único, ou seja, todos os fornecedores são cadastrados a partir de um único contrato, perdendo a referência da origem dos animais, valores de compra e seus respectivos resultados. O número de contratos é pequeno, mesmo com variação no número de cabeças (gráfico abaixo).
“Com os fornecedores cadastrados corretamente é possível ter informações suficientes para avaliá-lo, como, por exemplo, analisar a consistência de suas entregas, identificar a origem de animais que são zootecnicamente melhores, calcular distância de transporte com o desempenho do animal, o que permite ter mais previsibilidade dos resultados em R$/@”, completa Ribas.
O confinamento é uma atividade de alto investimento e retorno rápido, mas com uma margem de lucro muito sensível às falhas de gestão em processos estratégicos. No confinamento, rentabilidade está nos detalhes, acrescenta Ribas. Os dois principais insumos do negócio são o boi e a nutrição e nessas o produtor não pode errar. Por isso, é preciso identificar os melhores parceiros e traçar estratégias que garantam a disponibilidade de estoque de animais para engorda dentro de um padrão que responda melhor ao processo produtivo da fazenda. Com parcerias sólidas entre recriadores e confinadores, a gestão da originação começa antes da saída do boi magro da fazenda com informações da genética, da sanidade e do perfil animal aumentando as chances de êxito na engorda.
A GA+Intergado conta com duas diferentes tecnologias para auxiliar os produtores no melhor controle dos animais em confinamento: o TGC, tecnologia de gestão de confinamentos, que dentre inúmeras funcionalidades, faz o registro e controle de todos os dados dos contratos de compras de animais e insumos; e a solução de automação de pesagem Intergado Beef que realiza o acompanhamento diário do peso e acompanha com precisão o desempenho individual dos animais e as tendências de cada lote, além de gerar alertas que facilitam a identificação de falhas no manejo e doenças que possam estar em fase inicial, permitindo ao pecuarista a antecipação de decisões.
“Originação deve estar no radar do pecuarista para que se obtenha um bom resultado. O cenário ideal seria fazer uma boa compra, baseada na análise de dados que nos dê referência da qualidade e homogeneidade dos animais vindos de cada fornecedor e utilizar pesagem individual e informações complementares do biotipo do animal no momento da apartação”, reforça Ribas.
Fonte: Kyvo