Os recursos disponíveis na Terra são limitados e, devido à elevada taxa de crescimento populacional e uso irracional desses recursos, a quantidade disponível está chegando a níveis alarmantes.
É crescente a preocupação com as consequências das ações humanas no ambiente e, para quantificar tais consequências a pegada hídrica e a pegada de carbono, que mensuram a utilização da água e a emissão de gases de efeito estufa na cadeia de produção, respectivamente, foram criadas.
A partir dos valores das pegadas podemos quantificar como estamos contribuindo para a utilização e poluição da água e emissão de gases de efeito estufa e, a partir disso, buscar utilizar esses recursos de maneira racional.
Pegada hídrica
Seu conceito foi definido por Arjen Hoekstra, em 2003, cujo foco é mensurar a quantidade de água utilizada na cadeia de produção, na agricultura, em casas, cidades e países.
Sua finalidade é conscientizar as pessoas sobre como nossos hábitos e processos de produção utilizam a água. Veja na tabela 1 exemplos de pegada hídrica de alguns produtos do agronegócio.
Tabela 1.
Pegada hídrica de alguns produtos do agronegócio.
Fonte: Hoekstra
Segundo a Water Footprint Network, a pegada hídrica é composta por três elementos:
• Pegada hídrica azul: é a água proveniente de recursos hídricos superficiais ou subterrâneos e é evaporada, incorporada a um produto ou retirada de um corpo de água e devolvida a outro, ou devolvida em um momento diferente. A agricultura irrigada, a indústria e o uso doméstico da água podem ter uma pegada hídrica azul.
• Pegada hídrica verde: água oriunda de precipitação que fica armazenada na zona radicular do solo e evapora, transpira ou é incorporada pelas plantas. Importante para a agricultura, horticultura e produtos florestais.
• Pegada hídrica cinza: é a quantidade de água doce necessária para assimilar os poluentes para atender aos padrões específicos de qualidade da água. A pegada hídrica cinza considera a poluição de fonte pontual descarregada em um recurso de água doce diretamente por meio de uma tubulação ou indiretamente por meio de escoamento ou lixiviação do solo, superfícies impermeáveis ou outras fontes difusas.
Pegada de carbono
O efeito estufa é um fenômeno atmosférico natural em que gases impedem a perda de calor da atmosfera terrestre para o espaço. Sem ele a temperatura média na Terra seria aproximadamente 18°C menor, impedindo a existência de diversos seres vivos.
O crescimento da população gera uma maior demanda de alimentos e produtos.
Essa maior demanda intensifica a produção de gases de efeito estufa e consequentemente o aumento da temperatura no planeta. Um dos principais efeitos desse aumento de temperatura é o derretimento das calotas polares, que eleva o nível dos mares e inunda cidades costeiras.
Os gases de efeito estufa, regulados pelo Protocolo de Quioto, são: dióxido de carbono (CO2), metano (CH4), óxido nitroso (N2O), hexafluoreto de enxofre (SF6) e duas famílias de gases, hidrofluorcarbono (HFC) e perfluorcarbono (PFC).
A pegada de carbono é uma metodologia criada para quantificar as emissões de gases de efeito estufa provenientes da atividade humana. Como existem diversos gases de efeito estufa, todas as emissões são convertidas em carbono equivalente.
Tabela 2.
Pegada de carbono de alguns produtos, em kg de carbono equivalente/kg.
Fonte: NRDC
Fonte: Scot Consultoria