Cada vez mais valorizado, o DDG – co-produto resultante da fabricação do etanol de milho – consolida a cada ano o espaço na nutrição animal
Na propriedade de Sérgio Vilela, em Nova Mutum (MT), é criado o nelore precoce. Um lote completou 18 meses e está quase pronto para o abate. São 4 mil cabeças na engorda, que dependem da ração servida no cocho. O criador conta que a instalação de usinas de etanol de milho na região facilitou a lida. Todo mês, 500 toneladas de DDG são consumidas na fazenda.
O DDG é um produto resultante da fabricação do etanol de milho. A sigla vem do inglês, e traduzida significa grãos secos por destilação. Ele também faz parte da alimentação do rebanho nesta outra propriedade onde Vidal Gabriel Júnior trabalha. Um vai e vem constante. São várias viagens todo dia, do galpão até os confinamentos, para deixar o gado sempre bem servido. Na fazenda, que tem o ciclo completo, desde a cria à engorda, o DDG ocupa em média 20% da dieta dos animais.
Milho e rendimento de DDG
Cada tonelada de milho gera em média 250 quilos de DDG. A previsão da União Nacional do Etanol de Milho (Unem), entidade que congrega as usinas, é que nesta safra sejam produzidas no Brasil, próximo a 2 milhões de toneladas. Por ser uma alternativa relativamente nova no mercado brasileiro, pesquisas são desenvolvidas no país para mostrar em detalhes os impactos do DDG na nutrição animal.
“Nós estamos estudando isso. Os americanos possuem trabalhos com nível de inclusão. Aqui no Brasil, em Piracicaba nós já temos cinco estudos, envolvendo mais de 1.300 animais, a maioria deles é da raça zebuína mas temos dados de cruzamento industrial também. Sobre os níveis de inclusão, os cinco experimentos que nós conduzimos, foram com a fibra seca com solúveis – produto da FS Bio Energia – estamos começando agora uma série de experimentos com o DDGS da Empasa. São as duas maiores empresas do país, atualmente, produtoras de etanol de milho, localizadas no Mato Grosso. Agora uma planta da Empasa foi inaugurada em Mato Grosso do Sul e nós vamos começar a série DS com DDGS estudando níveis de inclusão”, explica o professor de Zootecnia da Esalq/USP Flavio Portella.
Fonte: Canal Rural