Nos últimos dias o cereal vem apresentando queda no mercado futuro da Bolsa de Valores (B3), por baixa demanda, visto que a demanda de milho para a produção de suínos a serem exportados para a China está muito reduzida. E no mercado interno, com a alta inflação dos preços, o consumo interno também sofreu retração.
O mercado do milho segue sem movimentos expressivos nas principais praças produtoras como, por exemplo, no Rio Grande do Sul, uma vez que a colheita do cereal no Estado avançou pouco e atinge 85% da área semeada, segundo informações de monitoramento de inúmeras consultorias de mercado.
De acordo com o CEO da Copagri, Enrique Traver, o milho vem apresentando queda no mercado futuro da Bolsa de Valores (B3), por baixa demanda. Nos últimos dias, segundo ele, o cenário mostra que a demanda de milho para a produção de suínos a serem exportados para a China está muito reduzida. E no mercado interno, com a alta inflação dos preços, o consumo interno também sofreu retração. “Numa primeira análise o reflexo desse cenário é a redução da produção de carne e que, por consequência, impactaria a demanda de milho, cujos preços estão em queda mesmo depois de duas safras quebradas do produto no Brasil. Mas em um cenário de aparente caos, sempre há espaço para oportunidade de se mudar essa realidade. E por quê? Há expectativa real de uma safra cheia para 2022 fazendo os compradores colocarem sua demanda para a safrinha, aumentando levemente as cotações”, analisa Traver.
Ele ressalta que ter um olhar focado na construção de oportunidade é sempre a melhor alternativa em momentos em que o mercado está muito oscilante. “Mesmo a semana iniciando com Chicago fechando o milho em queda de 1,46% no dia, 2,25% na semana, na perspectiva anual é percebido alta de 34,41%’, pondera.
Os analistas olham pro cenário doméstico, onde as chuvas no Brasil podem trazer um relativo alívio nas perspectivas de produção. Mas esse volume de produção da segunda safra, para eles ainda é um ponto de interrogação.
Os dados divulgados pela Comissão de Negociação de Futuros de Commodities (CNFC), que é uma agência independente do governo dos Estados Unidos, mostraram que os Fundos estavam adicionando posições em milho durante a semana passada. “Isso gerou aos novos vendedores a descoberto superaram os novos compradores para um contrato líquido menor de 7.137 contratos em um aumento de 17.577 contratos em aberto”, expôs.
Os 412.444 contratos nas mãos dos Fundos renderam 353.518 comprados. Traders comerciais de milho liquidaram posições, fechando 18.977 contratos comprados e 17.540 hedges vendidos para um saldo líquido de 713.354 contratos até o fim da última da semana. “Tanto produtores como indústria podem impor uma nova perspectiva, focando no consumo do mercado interno e incentivando varejo e atacado a criarem incentivos ao consumidor final a comprar produtos do milho como óleos, farinhas, entre outros. Essa postura daria um movimento diferente ao mercado podendo gerar reação nos preços do cereal”, afirma Traver.
Fonte: Assessoria