No mercado de milho, os dados do USDA sobre a evolução da safra americana também ofereceram suporte às cotações. Os papéis para julho avançaram 0,44%, a US$ 8,015 o bushel.
Segundo o órgão, o plantio do milho foi concluído em 7% da área, fatia que ficou abaixo da expectativa do mercado, que previa 9%. Há um ano, 16% da área dedicada ao cereal já havia sido semeada. “Com o aperto global no quadro de oferta e demanda de grãos, os EUA precisam ter uma boa safra, e o atraso no plantio não é o caminho para começar”, disse Richard Buttenshaw, da Marex, em nota, segundo a Dow Jones Newswires.
Por outro lado, as condições para o plantio estão melhorando em várias regiões produtoras nos EUA, disse a AgriVisor em relatório divulgado na manhã de hoje. “A preocupação agora são as temperaturas frias e como elas afetarão a germinação e o desenvolvimento das plantas. Essas condições já estão estressando as lavouras em um ano em que não há margem para qualquer perda de produção”, pontuou a empresa.
Soja
A soja terminou o dia em queda, a despeito do atraso no plantio americano. O contrato da oleaginosa para julho caiu 0,2%, a US$ 16,7175 por bushel.
Jack Scoville, analista do Price Futures Group, comentou em relatório recente que a valorização do dólar e o aumento de casos de covid-19 na China, maior importador mundial de soja, podem reduzir os negócios.
Ontem, o USDA relatou que as exportações americanas de soja caíram 40% na semana encerrada em 21 de abril, para 602,2 mil toneladas. No ano-safra 2021/22, os EUA despacharam 46,6 milhões de toneladas, 16% menos do que no mesmo período do ciclo passado (55,5 milhões de toneladas).
O recuo dos preços na sessão de hoje poderia ter sido maior se o USDA não tivesse indicado, no começo do pregão, um atraso do plantio nos EUA. Cerca de 3% da área foi semeada até o último domingo, fatia bastante inferior à média para o período, de 15%.
Fonte: Valor Econômico