Nas praças paulistas, o boi gordo ao mercado doméstico subiu R$ 2/@ nesta terça-feira, cotado a R$ 340/@, informa a Scot Consultoria; machos com padrão para exportação são negociados até R$ 360/@
A grande dificuldade dos frigoríficos em encontrar animais terminados e o aquecimento das exportações de carne bovina neste primeiro bimestre do ano (sobretudo ao mercado da China) seguram os preços da arroba em patamares elevados nas principais praças brasileiras.
Nesta terça-feira, 8 de março, o valor do boi gordo subiu novamente nas regiões do interior de São Paulo, dando sinais de que um movimento mais consistente de alta pode ser reativado no curto prazo.
Segundo levantamento da Scot Consultoria, no comparativo diário, as indústrias paulistas aceitaram elevar em R$ 2/@ as cotações do boi gordo destinado ao mercado interno.
Dessa maneira, o boi, vaca e novilha gordos são negociados, respectivamente, por R$ 340/@, R$ 300/@ e R$ 332/@ (preços brutos e a prazo). Para os machos com padrão para exportação, os negócios estão firmes em até R$ 350/@, acrescenta a Scot.
O economista Yago Travagini, analista da Agrifatto, destaca o forte movimento dos embarques brasileiros de carne bovina in natura, que, somente nos dois primeiros meses de 2022, bateram quase 300 mil toneladas.
“A China acelerou muito as suas compras de carne bovina brasileira em fevereiro”, ressalta Travagini, acrescentando que o país asiático adquiriu, sozinho, 87 mil toneladas no último mês.
Na avaliação dos analistas da Agriffato, os ataques da Rússia na Ucrânia explicam, em parte, o aumento das vendas de carne brasileira à China.
Toda vez que a China identifica um risco de alta nos preços internacionais da carne (como é o caso dos impactos negativos gerados pelo conflito entre Rússia e Ucrânia), ela intensifica as compras, com o objetivo de elevar os estoques, dizem os analistas da Agrifatto.
De acordo com apuração dos analistas da IHS Markit, o ambiente de negócios no mercado brasileiro do boi gordo segue travado, com pouca liquidez, fundamentado pela baixa oferta de animais nos principais polos de produção, sobretudo no Centro-Sul.
“Esse ambiente moroso já resultou em impactos negativos nas operações industriais, com plantas atuando com grande parcela de ociosidade”, relata a IHS, acrescentando que, em alguns casos, há unidades encerrando temporariamente as operações.
É o caso de alguns frigoríficos estabelecidos em Rondônia, onde, segundo a IHS, “grandes indústrias que atuam no processamento de carne decidiram desativar algumas unidades industriais, um reflexo da grande dificuldade em originar animais na região”.
A situação de escassez de animais terminados envolve grande parte das regiões do Centro-Sul do País, dando condições de novas pressões altistas nos preços da arroba do boi gordo, reforça a IHS.
De um modo geral, relatam os analistas da IHS, os negócios referenciais de preço balcão seguem aparentemente estabilizados no País.
“As indústrias estão aguardando uma retomada mais consistente do consumo doméstico de carne bovina”, relata a IHS.
Pelo levantamento da IHS, nas praças de São Paulo, o boi gordo segue valendo R$ 348/@, e os prêmios pagos para animais que atendam as padronizações e exigências do mercado externo já chegam a superar a casa dos R$ 360/@.
Segundo a consultoria, a elevação dos preços de proteínas concorrentes, sobretudo o frango, pode favorecer a busca por cortes bovinos.
Entre a última semana de fevereiro e a primeira semana de março, o preço do frango acumula alta de 13% em São Paulo, informa a IHS.
Cotações máximas desta terça-feira, 8 de março, segundo dados da IHS Markit:
SP-Noroeste:
boi a R$ 348/@ (prazo)
vaca a R$ 305/@ (prazo)
MS-Dourados:
boi a R$ 315/@ (à vista)
vaca a R$ 290/@ (à vista)
MS-C.Grande:
boi a R$ 317/@ (prazo)
vaca a R$ 285/@ (prazo)
MS-Três Lagoas:
boi a R$ 315/@ (prazo)
vaca a R$ 285/@ (prazo)
MT-Cáceres:
boi a R$ 305/@ (prazo)
vaca a R$ 285/@ (prazo)
MT-Tangará:
boi a R$ 305/@ (prazo)
vaca a R$ 286/@ (prazo)
MT-B. Garças:
boi a R$ 305/@ (prazo)
vaca a R$ 290/@ (prazo)
MT-Cuiabá:
boi a R$ 307/@ (à vista)
vaca a R$ 295/@ (à vista)
MT-Colíder:
boi a R$ 305/@ (à vista)
vaca a R$ 285/@ (à vista)
GO-Goiânia:
boi a R$ 310/@ (prazo)
vaca R$ 295/@ (prazo)
GO-Sul:
boi a R$ 315/@ (prazo)
vaca a R$ 305/@ (prazo)
PR-Maringá:
boi a R$ 310/@ (à vista)
vaca a R$ 290/@ (à vista)
MG-Triângulo:
boi a R$ 325/@ (prazo)
vaca a R$ 300/@ (prazo)
MG-B.H.:
boi a R$ 310/@ (prazo)
vaca a R$ 296/@ (prazo)
BA-F. Santana:
boi a R$ 295/@ (à vista)
vaca a R$ 285/@ (à vista)
RS-Porto Alegre:
boi a R$ 324/@ (à vista)
vaca a R$ 309/@ (à vista)
RS-Fronteira:
boi a R$ 324/@ (à vista)
vaca a R$ 309/@ (à vista)
PA-Marabá:
boi a R$ 282/@ (prazo)
vaca a R$ 276/@ (prazo)
PA-Redenção:
boi a R$ 282/@ (prazo)
vaca a R$ 278/@ (prazo)
PA-Paragominas:
boi a R$ 289/@ (prazo)
vaca a R$ 282/@ (prazo)
TO-Araguaína:
boi a R$ 285/@ (prazo)
vaca a R$ 275/@ (prazo)
TO-Gurupi:
boi a R$ 286/@ (à vista)
vaca a R$ 276/@ (à vista)
RO-Cacoal:
boi a R$ 294/@ (à vista)
vaca a R$ 280/@ (à vista)
RJ-Campos:
boi a R$ 312/@ (prazo)
vaca a R$ 293/@ (prazo)
MA-Açailândia:
boi a R$ 283/@ (à vista)
vaca a R$ 264/@ (à vista)
Fonte: Portal DBO