Machos terminados com padrão para entrar no mercado chinês valem entre R$ 340/@ e R$ 350/@ nas praças do interior de SP, segundo os dados levantados por consultorias do setor pecuário
Com as exportações brasileiras de carne bovina em ritmo forte, a referência para o macho abatido com idade abaixo dos trinta meses o chamado “boi-China” segue firme entre R$ 340/@ e R$ 350/@ nas praças do interior de São Paulo, segundo os dados levantados pelas consultorias que acompanham diariamente o setor pecuário.
“Há relatos de frigoríficos que já oferecem prêmios na casa dos R$ 40 por arroba em animais que seguem os padrões do mercado chinês, em relação ao valores do boi comum (destinado ao mercado doméstico)”, destacam os analistas da IHS Markit.
Dados da Scot Consultoria mostram que as cotações das categorias de animais que seguem para o mercado interno estão estáveis no Estado de São Paulo.
“Apesar do consumo interno fragilizado (de carne bovina), a oferta reduzida de animais está dando sustentação às cotações da arroba”, avalia a equipe de analistas da Scot.
Dessa maneira, o boi comum vale hoje R$ 338/@ (valor bruto e a prazo) nas regiões de São Paulo, informa a Scot.
Por sua vez, a vaca e a novilha prontas para abate são negociadas a R$ 303/@ e R$ 330/@, respectivamente (preços brutos e a prazo).
Segundo a IHS, em localidades da região Norte/Nordeste do Brasil (como nos Estados como Maranhão, Pará e Tocantins), os frigoríficos de pequeno ou médio portes (especialmente os que não exportam para o mercado internacional) começam a se ausentar dos negócios, um reflexo da enorme dificuldade no escoamento dos estoques da proteína no atacado/varejo.
Além disso, tanto a IHS quanto a Scot destacam o atual movimento de forte alargamento do diferencial de base (defasagem dos preços da arroba) entre São Paulo, o mercado de referência, e as demais praças pecuárias importantes do País.
“Na região Norte/Nordeste, considerando a arroba do animal comum, os preços médios do boi gordo apresentam valores até R$ 40/@ menores quando comparados com as cotações estabelecidas na região Centro-Sul”, relatam os analistas da IHS.
Segundo avaliação do economista Yago Travagini, da Agrifatto, nas últimas semanas, os preços do boi gordo seguiram firmes em São Paulo, enquanto em demais regiões importantes de pecuária – como em Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Pará e Rondônia –, os valores da arroba sofreram algumas quedas, porém, nada que justificasse uma tendência mais forte de desvalorização.
Tal movimento, diz Travagini, é explicado pelo fato de o mercado paulista abrigar um número grande de plantas habilitadas para exportação à China (47% dos frigoríficos existentes no Estado possuem unidades com este perfil).
Além disso, continua ele, historicamente, os pecuaristas de São Paulo ofertam menos fêmeas para o abate em relação aos produtores de outras localidades, o que acaba resultando em uma menor pressão negativa sobre os preços do boi paulista.
O analista da Agrifatto também destaca a enorme disparidade entre o preço do corte do dianteiro destinado ao mercado interno (hoje, ao redor de R$ 17-17,50/kg) e o valor do dianteiro direcionado ao mercado da China (R$ 38-39/kg). “Trata-se do dobro do valor, uma diferença muito grande”, observa ele.
A atual derrocada do dólar frente ao real – que nesta terça-feira (22/2) fechou a R$ 5,0511, a menor cotação desde 1º de julho de 2021 – também vem transformando as operações interna e externa ligadas ao mercado da carne bovina.
Segundo Travagini, com a desvalorização do dólar frente a moeda nacional (que teoricamente resulta em queda da competitividade das commodities no mercado internacional), os frigoríficos brasileiros começaram a pressionar mais os importadores chineses a pagar valores mais altos pela carne exportada, com intuito de pelo menos preservar as margens de venda obtidas ao longo deste ano.
“Dessa maneira, a China está aceitando pagar 8-10% a mais pela carne brasileira em relação a um mês atrás”, afirma Travagini.
Diante dessa conjuntura, os compradores de boiadas gordas com padrão para ocupar os contêineres de embarques à China também conseguem elevar o ágio oferecido aos pecuaristas brasileiros que têm bons lotes nas fazendas.
Feriado de Carnaval – A fraca liquidez de negócios segue resultando em sinalizações de preços majoritariamente estáveis no mercado brasileiro de boiada gorda, condição que deve se manter até quinta ou sexta-feira desta semana, preveem os analistas da IHS Markit.
No entanto, de maneira geral, as indústrias frigoríficas brasileiras começam a ajustar as suas programações para o mês de março, aguardando que haja retomada, mesmo que ainda pontual, do consumo doméstico de carne bovina, impulsionado pelo pagamento dos salários e pela chegada do feriado prolongado de Carnaval – onde há festa, há churrasco e outras refeições compostas pela carne bovina, a preferida dos brasileiros.
Cotações máximas desta terça-feira, 22 de fevereiro, segundo dados da IHS Markit:
SP-Noroeste:
boi a R$ 345/@ (prazo)
vaca a R$ 305/@ (prazo)
MS-Dourados:
boi a R$ 315/@ (à vista)
vaca a R$ 290/@ (à vista)
MS-C.Grande:
boi a R$ 317/@ (prazo)
vaca a R$ 292/@ (prazo)
MS-Três Lagoas:
boi a R$ 315/@ (prazo)
vaca a R$ 297/@ (prazo)
MT-Cáceres:
boi a R$ 305/@ (prazo)
vaca a R$ 290/@ (prazo)
MT-Tangará:
boi a R$ 305/@ (prazo)
vaca a R$ 290/@ (prazo)
MT-B. Garças:
boi a R$ 305/@ (prazo)
vaca a R$ 293/@ (prazo)
MT-Cuiabá:
boi a R$ 307/@ (à vista)
vaca a R$ 295/@ (à vista)
MT-Colíder:
boi a R$ 305/@ (à vista)
vaca a R$ 290/@ (à vista)
GO-Goiânia:
boi a R$ 312/@ (prazo)
vaca R$ 295/@ (prazo)
GO-Sul:
boi a R$ 317/@ (prazo)
vaca a R$ 305/@ (prazo)
PR-Maringá:
boi a R$ 310/@ (à vista)
vaca a R$ 290/@ (à vista)
MG-Triângulo:
boi a R$ 325/@ (prazo)
vaca a R$ 300/@ (prazo)
MG-B.H.:
boi a R$ 310/@ (prazo)
vaca a R$ 296/@ (prazo)
BA-F. Santana:
boi a R$ 295/@ (à vista)
vaca a R$ 285/@ (à vista)
RS-Porto Alegre:
boi a R$ 330/@ (à vista)
vaca a R$ 310/@ (à vista)
RS-Fronteira:
boi a R$ 330/@ (à vista)
vaca a R$ 310/@ (à vista)
PA-Marabá:
boi a R$ 282/@ (prazo)
vaca a R$ 276/@ (prazo)
PA-Redenção:
boi a R$ 282/@ (prazo)
vaca a R$ 278/@ (prazo)
PA-Paragominas:
boi a R$ 289/@ (prazo)
vaca a R$ 282/@ (prazo)
TO-Araguaína:
boi a R$ 287/@ (prazo)
vaca a R$ 278/@ (prazo)
TO-Gurupi:
boi a R$ 286/@ (à vista)
vaca a R$ 276/@ (à vista)
RO-Cacoal:
boi a R$ 294/@ (à vista)
vaca a R$ 280/@ (à vista)
RJ-Campos:
boi a R$ 307/@ (prazo)
vaca a R$ 293/@ (prazo)
MA-Açailândia:
boi a R$ 283/@ (à vista)
vaca a R$ 264/@ (à vista)
Fonte: Portal DBO