Por meio de diagnósticos laboratoriais de PMS, pureza, viabilidade e verificação de espécie, produtor consegue saber se comprou insumo de qualidade ou palha incrustada
De acordo com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), o Brasil é líder mundial em produção, consumo e exportação de sementes forrageiras. Esse mercado movimenta mais de R$ 1,4 bilhão ao ano. Para chegar a números tão positivos, foram necessários anos até que o uso de sementes de pastagem com alta qualidade se consolidasse.
Hoje, há muita informação a respeito da importância do valor cultural, de pureza e viabilidade/germinação das sementes forrageiras, um movimento semelhante ao vivenciado no mercado de grãos décadas atrás. No entanto, mesmo com muito avanço, o produtor rural ainda se depara com algumas situações em que as sementes de brachiarias e panicuns são ofertadas com pureza extremamente baixa.
Há aspectos essenciais para o agropecuarista ficar atento na hora da escolha das sementes de pastagem incrustadas (ou que levem algum tipo de tratamento), como o Peso de Mil Sementes (PMS). Esse peso é utilizado para calcular a densidade de semeadura e para comparar diferentes tipos de tratamento e quanto isso representa de sementes dentro da sacaria, conforme explica Thais Cavaleti, engenheira agrônoma e técnica de sementes da Soesp – Sementes Oeste Paulista, empresa referência de sementes forrageiras no Brasil.
A profissional enfatiza que o PMS pode revelar muito sobre uma semente de pastagem. “Há aspectos que não podem ser observados a olho nu em uma semente que foi incrustada. Impurezas, como palha e torrão de terra, podem receber a incrustação e esconder o verdadeiro resultado de pureza do lote”, destaca a agrônoma.
Nessa etapa, ela diz, “alguns tratamentos disponíveis no mercado podem apresentar o PMS muito alto, são aqueles cheios de calcário ou gesso misturados nas sementes, e outros apresentam PMS bem abaixo do padrão, porque escondem palha, sementes mortas ou daninhas, que resultam em um peso menor e indiretamente passam impressão de que o incrustamento é mais leve.”.
O que fazer
Há um mecanismo para que o produtor consiga ter certeza de que o produto que está adquirindo tem alta qualidade: análise em laboratórios credenciados pelo Mapa. A verificação de espécie é a mais importante delas, onde o tratamento da semente é removido para que o seu real conteúdo seja revelado.
Thais frisa que é sempre importante exigir o Termo de Conformidade e não contar somente com as informações das embalagens das sementes, pois nelas estão apenas os valores mínimos exigidos por lei. Já no Termo de Conformidade constam os valores reais. “Em resumo, se o produtor quiser saber se comprou semente de verdade ou palha incrustada, basta solicitar ao laboratório as análises de PMS, pureza, viabilidade e verificação de espécie”, conclui a agrônoma.
Fonte: RuralPress