Setor produtivo segue na captura de bovinos com “padrão-China”, cujos preços negociados recebem ágio de R$ 10/@ a R$ 15/@ sobre os valores do animal comum, direcionado ao mercado interno
Nesta quarta-feira, 5 de dezembro, os preços do boi gordo voltaram a subir em importantes praças brasileiras, impulsionados pela necessidade de compra da grande maioria das unidades de abate espalhadas pelo País, informam as consultorias que acompanham diariamente o mercado pecuário.
“As aquisições de novos lotes de animais terminados por parte dos frigoríficos seguem aquecidas, especialmente devido ao forte ritmo das exportações da carne bovina”, relata a IHS Markit.
Segundo a consultoria, embora o consumo doméstico de carne bovina ainda apresente inconsistência, o firme fluxo das vendas externas e o menor ritmo dos abates diários evitam, de certa forma, a formação de excedentes nos estoques.
“Neste contexto, a programação de abate das indústrias avança de forma irregular, sendo, em alguns casos, insuficiente para atender de forma adequada à demanda vigente”, observam os analistas da IHS.
Desta maneira, muitos frigoríficos brasileiros acabam aceitando pagar mais pela arroba, no intuito de estimular o surgimento de carregamentos mais volumosos de boiadas gordas.
Porém, do lado da oferta, ainda há um número baixo de pecuaristas dispostos a negociar, devido ao recesso de começo de ano e também ao planejamento estratégico dos vendedores, que buscam reter os animais na fazenda para barganhar preços mais altos pelos lotes.
Além disso, diz a IHS Markit, o mercado continua operando com um volume bastante escasso de animais prontos para abater.
“As maiores ofertas de boiada de pasto só devem surgir no mercado no final do primeiro trimestre de 2022”, relata a consultoria, que acrescenta: “O atraso na estação de monta também oferece suporte adicional por retardar o descarte de fêmeas, típico do período”.
Giro pelas praças – Entre as principais praças pecuárias, destaque para as valorizações nos preços do boi gordo registradas no Mato Grosso e Minas Gerais.
No mercado mato-grossense, novos negócios envolvendo lotes de machos terminados foram efetivados em R$ 320/@ (valor bruto), informa a IHS.
Em Minas Gerais, ao norte do Estado, as indústrias avançam as escalas de abate trabalhando com preços em torno de R$ 335/@ (valor bruto, aprazo).
No interior paulista, o mercado continua com baixa liquidez em função da dificuldade de compra de gado.
O foco de alguns compradores é buscar animais terminados em Estados vizinhos, observa a IHS.
Segundo dados apurados pela Scot Consultoria, nas praças de São Paulo, o preço pago pela arroba do boi gordo subiu R$ 2 nesta quarta-feira, em relação ao valor apurado no dia anterior.
Por sua vez, as cotações das fêmeas (vaca e novilhas gordas) seguem estáveis.
Dessa maneira, em São Paulo, a arroba do boi, vaca e novilha gordos está sendo negociada por R$ 335, R$ 310 e R$ 325, respectivamente, (preços brutos e a prazo), de acordo com levantamento da Scot.
Nas praças paulistas, negócios envolvendo boiadas com “padrão-China” (de até quatro dentes, abatidos com até 30 meses de idade) recebem um ágio entre R$ 10 e R$ 15 por arroba sobre os preços do animal comum, direcionado ao mercado interno.
Em relação ao mercado futuro do boi gordo, os preços também acumularam altas, em linha com a firmeza observada no mercado físico, informa a IHS.
No entanto, embora os embarques de carne bovina brasileira tenham surpreendido neste começo de ano, o baixo consumo doméstico impede uma trajetória ainda mais consistente de valorização da arroba do boi gordo, observam os analistas.
Os baixos preços das proteínas concorrentes no mercado interno também geram maior cautela entre as indústrias frigorificas com relação ao ritmo de produção dos cortes bovinos, acrescentam os especialistas.
No atacado, apesar da irregularidade no ritmo das vendas e especulação por parte de alguns distribuidores e varejistas, os preços das carne bovina continuam estáveis.
Porém, nesta quarta-feira, algumas indústrias conseguiram emplacar ajuste positivo na carcaça da vaca, relata a IHS.
Cotações máximas desta quarta-feira, 5 de janeiro, segundo dados da IHS Markit:
SP-Noroeste:
boi a R$ 340/@ (prazo)
vaca a R$ 315/@ (prazo)
MS-Dourados:
boi a R$ 320/@ (à vista)
vaca a R$ 310/@ (à vista)
MS-C.Grande:
boi a R$ 320/@ (prazo)
vaca a R$ 308/@ (prazo)
MS-Três Lagoas:
boi a R$ 322/@ (prazo)
vaca a R$ 310/@ (prazo)
MT-Cáceres:
boi a R$ 315/@ (prazo)
vaca a R$ 298/@ (prazo)
MT-Tangará:
boi a R$ 315/@ (prazo)
vaca a R$ 298/@ (prazo)
MT-B. Garças:
boi a R$ 315/@ (prazo)
vaca a R$ 298/@ (prazo)
MT-Cuiabá:
boi a R$ 313/@ (à vista)
vaca a R$ 296/@ (à vista)
MT-Colíder:
boi a R$ 310/@ (à vista)
vaca a R$ 296/@ (à vista)
GO-Goiânia:
boi a R$ 320/@ (prazo)
vaca R$ 310/@ (prazo)
GO-Sul:
boi a R$ 325/@ (prazo)
vaca a R$ 315/@ (prazo)
PR-Maringá:
boi a R$ 315/@ (à vista)
vaca a R$ 300/@ (à vista)
MG-Triângulo:
boi a R$ 335/@ (prazo)
vaca a R$ 312/@ (prazo)
MG-B.H.:
boi a R$ 330/@ (prazo)
vaca a R$ 315/@ (prazo)
BA-F. Santana:
boi a R$ 310/@ (à vista)
vaca a R$ 300/@ (à vista)
RS-Porto Alegre:
boi a R$ 333/@ (à vista)
vaca a R$ 315/@ (à vista)
RS-Fronteira:
boi a R$ 333/@ (à vista)
vaca a R$ 315/@ (à vista)
PA-Marabá:
boi a R$ 296/@ (prazo)
vaca a R$ 288/@ (prazo)
PA-Redenção:
boi a R$ 298/@ (prazo)
vaca a R$ 290/@ (prazo)
PA-Paragominas:
boi a R$ 296/@ (prazo)
vaca a R$ 288/@ (prazo)
TO-Araguaína:
boi a R$ 302/@ (prazo)
vaca a R$ 292/@ (prazo)
TO-Gurupi:
boi a R$ 305/@ (à vista)
vaca a R$ 293/@ (à vista)
RO-Cacoal:
boi a R$ 310/@ (à vista)
vaca a R$ 294/@ (à vista)
RJ-Campos:
boi a R$ 315/@ (prazo)
vaca a R$ 296/@ (prazo)
MA-Açailândia:
boi a R$ 291/@ (à vista)
vaca a R$ 271/@ (à vista)
Fonte: Portal DBO