A recuperação da safra de milho deste ano como silagem pode ajudar os produtores a recuperar alguns custos de produção, ao mesmo tempo que fornece ração de boa qualidade para o gado.
A silagem de milho com grãos limitados e estressada pela seca ainda pode reter a maior parte de seu valor alimentar, dizem os especialistas em extensão da Universidade Estadual de Dakota do Norte.
A umidade de toda a planta e a maturidade da planta na colheita afetam a qualidade da silagem de milho, de acordo com Kevin Sedivec, especialista em gerenciamento de pastagens de extensão da NDSU. A seca retarda o crescimento da planta e retarda a maturidade, levando a um teor de umidade maior do que o indicado pelo aparecimento do milho.
“O teor de umidade pode variar em seu campo com base no nível de seca e no híbrido de milho”, diz Sedivec. “Com muitas novas variedades de milho selecionadas para a característica ‘permanecer verde ’, as estimativas visuais podem ser bastante variáveis, com base no ambiente e no manejo.”
Fazer a silagem quando o milho está muito seco resulta em um empacotamento ruim, exclusão de ar inadequada, fermentação e aquecimento insuficientes. A silagem seca cria níveis mais elevados de deterioração e baixa vida útil.
“Com colheita e manejo inadequados, essas perdas podem ser superiores a 50%”, observa Sedivec. “Portanto, a colheita e o manejo adequados são importantes para garantir que você está maximizando a quantidade de silagem de boa qualidade disponível para alimentar o gado. Fazer silagem de milho requer umidade para fermentação adequada para minimizar a perda de matéria seca e deterioração”, acrescenta. “Ensilagem com o teor de umidade correto para toda a planta e maturidade ideal da planta é fundamental.”
O milho deve ser colhido para ensilagem com um teor de umidade de 65% a 70% quando se usa um bunker horizontal. Se muito úmido acima de 70% o potencial de rendimento é reduzido e ocorrerá infiltração, resultando na presença indesejável de fermentação bacteriana de clostrídios. Em um estudo recente conduzido no Central Grasslands Research Extension Center da NDSU, a ensilagem com 60% de umidade ainda produzia silagem de alta qualidade.
A infiltração resulta em uma perda de nutrientes que pode ser prejudicial ao meio ambiente.
As bactérias Clostridia são muito ineficientes, convertendo açúcares da forragem e ácidos orgânicos em ácido butírico, dióxido de carbono e amônia. A silagem com essas bactérias perde matéria seca, causa mau cheiro devido ao ácido butírico e tem pH mais alto, forragem com qualidade e palatabilidade ruins.
“O milho estressado com a seca com as quatro a sete folhas inferiores marrons e secas estava com o teor de umidade adequado para a fermentação da silagem”, diz Sedivec. “Esta silagem não teria espigas e seria mais baixa em produção e conteúdo de energia, mas pode ter proteína bruta e fibra levemente mais alta, em comparação com a silagem de milho com grãos.”
Testando o teor de umidade do campo
Um micro-ondas pode ser usado para verificar o teor de umidade da silagem de milho. Certifique-se de não usar o micro-ondas em sua casa, pois secar o milho pode causar um odor forte.
Além do micro-ondas, você precisará de uma balança que leia em gramas. Colete uma amostra de silagem ou colete várias plantas de milho representativas do campo e corte-as em pedaços de 2,5 cm. Meça 100 gramas da amostra e registre o peso da amostra úmida. Em seguida, seque a amostra no micro-ondas por apenas alguns minutos.
Ao secar, certifique-se de incluir um copo de água para que a ração seca não acenda o micro-ondas. Verifique o peso da amostra seca e repita a secagem da amostra no micro-ondas até que o peso da amostra não mude mais do que 1 ou 2 gramas.
Calcule o peso da umidade subtraindo o peso seco do peso úmido. Divida o peso de umidade pelo peso úmido inicial e multiplique por 100 para obter o teor de umidade.
Por exemplo, 102 gramas (amostra úmida) menos 34,6 gramas (amostra seca) = 67,4 gramas (peso de umidade); 67,4 (peso de umidade) dividido por 102 (peso úmido) = 0,6607 x 100 = 66,07% de umidade.
Manejo Adequado de Silagem
“Uma etapa crítica para garantir a silagem de boa qualidade é o processo de empacotamento”, diz Zac Carlson, especialista em gado de corte da NDSU Extension. “Um ambiente anaeróbico é necessário para a fermentação de silagem apropriada, e o empacotamento remove o ar entre as partículas de silagem.”
O empacotamento adequado envolve uma série de fatores, incluindo o comprimento correto do corte para uma cultura de silagem específica, bem como ter um trator de tamanho adequado para a quantidade de silagem sendo colocada na pilha. Como os tratores de rodas exercem mais pressão por polegada quadrada, em comparação com tratores de esteira, tratores de rodas são preferidos para essa função.
“O excesso de ar remanescente entre as partículas (embalagem inadequada) leva ao excesso de deterioração e ao crescimento de mofo”, diz Carlson. “Os produtores precisam ser eficientes na minimização de perdas de ração, especialmente neste ano com altos preços de ração e disponibilidade limitada de ração. Assim que as pilhas estiverem bem embaladas, considere cobri-las para melhorar ainda mais a qualidade da silagem e reduzir o desperdício”, ele aconselha. “Lembre-se de que a quantidade de deterioração visível vista no topo das pilhas (até 40 cm em uma pesquisa com produtores) é alimento desperdiçado.
“Considerando a alta variabilidade na qualidade devido às condições de colheita, métodos de colheita e métodos de ensilagem, recomendamos que os produtores testem a qualidade da forragem para garantir que estão atendendo às necessidades nutricionais dos animais”, acrescenta.
Fonte: Drovers, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint
